A internet como recurso no processo de escritura de um artigo de opinião

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Gotz, Giseli lattes
Orientador(a): Gritti, Letícia Lemos lattes
Banca de defesa: Lima, Anselmo Pereira de lattes, Gritti, Letícia Lemos lattes, Baretta, Luciane lattes, Bertucci, Roberlei Alves lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Pato Branco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Letras
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/24371
Resumo: A tecnologia mudou e continua constantemente modificando as relações do ser humano com o meio, de forma que as relações dos processos de ensino e aprendizagem também foram transformadas. Nesse contexto, o objetivo geral desta pesquisa é analisar de que forma os recursos disponíveis na internet são utilizados no momento de escritura de um artigo de opinião. Esse objetivo geral é desdobrado em outros objetivos específicos, que buscam compreender como são feitas as pesquisas na internet,que habilidades são acionadas,quais são os padrões de navegação e leitura utilizados(WILEY et.al, 2009),verificar a influência da busca na internet na estrutura composicional do gênero artigo de opinião e também identificar se a construção e seleção do conteúdo veiculado é efetivada a partir da leitura e/ou da navegação (LAWLESS; SCHRADER, 2008). Por conseguinte, para que fosse possível analisar os dados, esta pesquisa apresenta embasamento teórico em Bakhtin (1997), com relação aos gêneros do discurso; Severiano et al.(2019) sobre as características composicionais do gênero artigo de opinião; Coscarelli (2016) quanto os atos de ler e navegar; Lawless e Schrader (2008) quanto às habilidades comportamentais e cognitivas; Wiley (2009) sobre padrões de navegação; e Barton e Lee (2015) abordando os textos e as práticas digitais. A coleta dos dados ocorreu a partir da “Oficina de Leitura, Escritura e Reescritura de Artigos de Opinião”, cadastrada como um projeto de extensão, na Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Pato Branco, com participantes do Ensino Médio(articulistas). No total, foi analisado o processo de produção de cinco textos de um articulista que participou de todas as etapas da Oficina. Assim, o software Screen Hunter foi utilizado para visualizar todos os movimentos da tela do computador no momento da escritura do texto. Também foram utilizadas câmeras de gravação para registrar o ambiente. Desse modo, as análises do processo de produção dos cinco textos permitiram concluir que a internet foi utilizada na elaboração de todas as etapas dos textos, desde a escolha da temática, até a escriturada conclusão. As habilidades de leitura e navegação foram afetadas por ações relacionadas com a cópia literal de informações, por meio de redações prontas encontradas em websites, sem haver análise do conteúdo veiculado. Além disso, é perceptível que o articulista domina o meio digital, para transitar entre os sites e navegar entre os links, mas utiliza essas informações de forma superficial em alguns momentos, o que sugere controle das habilidades comportamentais, mas impasses nas habilidades cognitivas, conceituadas por Lawless e Schrader (2008). Pensando nos padrões de navegação de Wiley (2009), consideramos que a utilização dos sites confiáveis foi progredindo a cada texto, contudo, a última escritura não seguiu esse padrão, pois o banco de redações modelos constituiu um entrave à navegação. As informações contidas nessas páginas eram mais fáceis de serem encontradas e, por vezes, neste último texto, o articulista optou pela cópia dos conteúdos (provenientes de sites não confiáveis), o que também comprometeu o processo de navegação. Logo, esta pesquisa revela que é também papel do professor da atualidade ensinar a ler, navegar e como selecionar informações confiáveis, orientando a análise crítica dessas informações a partir estratégias cognitivas que possibilitem a realização de inferências, interpretações e avaliações.