Detecção de mamíferos não voadores em micro-habitats distintos de área reflorestada
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Santa Helena |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais e Sustentabilidade
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/26513 |
Resumo: | Estudos sobre variações na comunidade de mamíferos com relação à estrutura da vegetação demonstram que a riqueza e abundância de espécies especialistas de habitat variam com a qualidade da vegetação. No entanto, o conhecimento sobre a resposta das espécies de mamíferos em ambientes reflorestados e destinados à preservação ainda é incipiente. Este estudo objetivou verificar se micro-habitats compostos por complexidades distintas influenciam a detecção e a contagem de espécies de mamíferos não voadores em uma unidade de conservação reflorestada. Adicionalmente, testou-se a hipótese de que haveria aumento da riqueza com o aumento da complexidade dos micro-habitats. O estudo foi realizado na Área de Relevante Interesse Ecológico de Santa Helena (ARIE-SH), remanescente de 1.400 ha que sofreu corte raso e, após o enchimento do Lago de Itaipu, foi reflorestado (por meio de talhões de 100 x 100 m) com espécies exóticas e nativas a partir da década de 1980. A ARIE-SH situa-se nas coordenadas 24°50'20"S, 54°21'37"W às margens do Lago de Itaipu e localiza-se próxima ao ambiente urbano do município de Santa Helena, oeste do Paraná. Para determinar a complexidade de micro-habitats foram feitas aferições de dados em parcelas de 10 x 10 m em três micro-habitats.Nas parcelas foram determinados: a espécie de árvores predominante do micro-habitat, o número de indivíduos de árvores, o número de espécies de árvores, o número de famílias de árvores, o volume basal das árvores, a densidade de indivíduos de árvores, a altura dos indivíduos de árvores, o índice de diversidade de Shannon, a presença de lianas, a porcentagem de abertura do dossel e a biomassa da serrapilheira. Também foram obtidos dados de temperatura e precipitação. Entre agosto de 2020 e janeiro de 2021 foram realizados inventários em três micro-habitats: densidade baixa de indivíduos, ausência de sub-bosque e biomassa alta da serrapilheira (micro-habitat1), densidade alta de indivíduos, sub-bosque desenvolvido e biomassa intermediária da serrapilheira (micro-habitat 2) e densidade intermediária de indivíduos, sub-bosque bem desenvolvido e biomassa intermediária da serrapilheira (micro-habitat 3). Para os inventários foram utilizadas (1) armadilhas de interceptação e queda, ou pitfall (3.696 horas) e (2) transecções lineares (40 horas), nas quais espécies foram identificadas visual (incluindo vestígios) e/ou auditivamente. Foram capturadas quatro espécies nos pitfalls e observadas cinco espécies durante as transecções, para um total de sete espécies nos três micro-habitats. O micro-habitat 3 apresentou maior riqueza (n=5), mas não a maior complexidade. A probabilidade de capturas em pitfall foi baixa (0,5%) e determinada pela serrapilheira, enquanto a probabilidade de observações foi pouco maior (4,8%) e determinada pela temperatura máxima e pela serrapilheira. Para ambas as metodologias, a probabilidade de captura e de observações foi de 10,3%, também determinada pela biomassa da serrapilheira. A contagem de capturas foi influenciada pelas temperaturas máximas e mínimas, enquanto a contagens das observações durante transecções foi determinada pela serrapilheira. Para ambas as metodologias, a contagem de capturas e de observações foi influenciada por três covariáveis: temperatura mínima, serrapilheira e porcentagem de abertura do dossel. As espécies registradas foram generalistas de habitat e a riqueza por micro-habitat, na ARIE-SH, não apresentou relação significativa com a sua complexidade. O microhabitat reflorestado com jamelão Syzygium cumini (L.) Skeels, espécie exótica alelopática, não desenvolveu sub-bosque e obteve as menores riqueza e complexidade, o que sugere que, para a manutenção da biodiversidade da Mata Atlântica, reflorestamentos futuros não devem considerar esta espécie . |