Da origem à queda da indústria da madeira no município de União da Vitória PR: para onde foram os/as trabalhadores/as?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Moreira, Acir Batista lattes
Orientador(a): Beatriz, Marilene Zazula lattes
Banca de defesa: Longhi, Armindo Jose lattes, Lima Filho, Domingos Leite lattes, Queluz, Gilson Leandro lattes, Beatriz, Marilene Zazula lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Curitiba
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Tecnologia e Sociedade
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/27996
Resumo: Vários fatores podem ser apontados sobre a crise de trabalho nestes últimos vinte anos, dentre eles: o desenvolvimento tecnológico excludente como elemento fundamental do projeto neoliberal, tido como filosofia do processo de internacionalização da economia e a crise econômica global que teve início nos países do Norte da América e na Europa no final da primeira década do século XXI, se estendendo por todos os continentes. Em nível periférico, a crise econômica, em algumas regiões brasileiras como União da Vitória, no Sul do Paraná, teria se agravada por conta de outros fatores como: a mudança nos meios de transporte ferroviário para o rodoviário dos produtos da região e a escassez de madeira nativa. Esses fatores podem ter contribuído para levar ao declínio as indústrias da madeira, deixando, os/as trabalhadores/as sem seus postos de trabalho. Portanto, o objetivo desta pesquisa foi compreender, por meio da História Oral, a história dos/as trabalhadores/as que vivenciaram o encerramento das atividades das indústrias madeireiras, localizadas em União da Vitória, no Estado do Paraná, no período de 1990 a 2010. Para analisar esse fenômeno, realizou-se uma pesquisa qualitativa na perspectiva materialista dialética histórica, tendo a história oral como abordagem metodológica. A metodologia empregada foi a pesquisa bibliográfica sobre a Relação Estrada de Ferro, Guerra do Contestado, Madeireiras; o Trabalho e a Tecnologia. Para a coleta de dados foram realizadas entrevistas com cinco trabalhadores/as de duas das madeireiras que encerraram suas atividades. Os dados coletados respeitaram as fases 1, 2, 3 e 4 da História Oral que correspondem a gravação, a transcrição e a textualização das entrevistas. O tratamento dos dados foi realizado por meio de uma análise descritivainterpretativa. Como principais conclusões têm-se que: as histórias dos/as trabalhadores/as, ainda que carregadas de singularidades, apresentaram elementos comuns aos demais trabalhadores/as, como a vivência de um período de desestabilização de seus postos de trabalho, bem como as dificuldades em se estabilizar em outros. Para eles/as, as principais razões para o encerramento das atividades das madeireiras foram: a má administração; empresas pertencentes a grupos familiares; falta de investimentos em tecnologias; a enchente de 1983; a desvalorização do dólar e a dificuldade em extrair madeiras nativas. Com relação à tecnologia, os/as entrevistados/as não apresentaram os artefatos como aliados, mas como conflitos em relação à obsolescência, à redução de postos de trabalho e às escolhas das quais eles/as não participaram. De forma geral, as demissões causaram sérias dificuldades na retomada de trabalho, bem como impactaram negativamente na economia da cidade. São histórias de homens e mulheres, de famílias que se alimentaram da produção de suas mãos e que, em dado momento viram suas estruturas sociais balançarem e suas histórias mudarem de rumo.