Respostas toxicológicas de organismos não-alvos expostos ao herbicida 2,4-d: revisão meta-analítica e experimentação com fases iniciais de rhamdia quelen (teleostei)
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , , , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Dois Vizinhos |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Agroecossistemas
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/26184 |
Resumo: | O ácido 2,4-diclorofenoxiacético (2,4-D) é um herbicida auxínico que interfere no crescimento vegetal, sendo amplamente utilizado na agricultura. É aplicado diretamente no solo ou pulverizado nas lavouras e pode se acumular progressivamente nos compartimentos ambientais e afetar organismos não-alvos. Com o objetivo de verificar os efeitos tóxicos do 2,4-D em animais, este estudo contemplou uma meta-análise e um bioensaio. A meta-análise foi realizada com o objetivo de compilar resultados de diferentes estudos, sintetizando e formando uma conclusão estatisticamente confiável sobre o efeito letal do 2,4-D em diversas espécies de animais. A pesquisa foi realizada nos bancos de dados Web of Science e Scopus, selecionando apenas artigos que avaliaram o efeito letal do 2,4-D em animais a partir de concentrações ambientais. Após refinamento, foram selecionados 29 artigos, gerando 87 conjuntos de dados. As análises foram realizadas utilizando a diferença de risco para dados binários. A análise do efeito global do 2,4-D indicou um aumento significativo na mortalidade de animais expostos ao 2,4-D em relação ao controle. Os animais submetidos à formulação comercial apresentaram maior letalidade em relação ao 2,4-D puro. Ao dividir os animais em categorias taxonômicas verificouse que apenas peixes e aves apresentaram maior mortalidade quando expostos ao 2,4-D. Dentre as fases de desenvolvimento ontogenético, apenas animais em fase larval foram suscetíveis ao 2,4-D. O 2,4-D pode, de fato, aumentar a letalidade, mas depende da sensibilidade do organismo, fase de vida e via de exposição. O objetivo da experimentação foi analisar se os efeitos toxicológicos em fases iniciais de desenvolvimento de Rhamdia quelen seriam maiores nos grupos expostos ao herbicida 2,4-D comercial, em concentrações permissivas. Ovos fertilizados foram submetidos ao 2,4-D comercial nas concentrações de 0, 15, 30 e 60 μg.L-1 com período de exposição de 48, 96 e 168 hpf (horas após a fertilização). Foram analisados a taxa de eclosão, sobrevivência, anormalidades morfológicas, batimentos cardíacos, mobilidade e danos aos DNA. As concentrações de 2,4-D não afetaram significativamente a eclosão dos embriões e sobrevivência das larvas. O 2,4-D provocou um aumento na frequência de indivíduos com deformidades morfológicas em 96 hpf, principalmente nas categorias axial e nas nadadeiras em 30 e 60 μg.L-1. A mobilidade foi menor nas três concentrações testadas, mas sem diferença significativa. A biometria, a frequência cardíaca e os danos ao DNA das larvas não foram afetados pela exposição ao herbicida em relação ao controle. O 2,4-D possui efeito letal sobre diversas espécies animais, mas não para fases iniciais de R. quelen, o que sugere que as concentrações permissivas e realísticas aqui testadas possuem pouco efeito toxicológico. |