Utilização de resíduos poliméricos para a remoção de surfactantes de águas residuais
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso embargado |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Londrina |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/30357 |
Resumo: | Um desafio constante no tratamento de efluentes industriais e domésticos é a remoção de surfactantes, classe de alta complexidade devido a sua concentração elevada e eficiência de remoção limitada. A composição dos principais detergentes comerciais é dominada pelos surfactantes aniônicos, especificamente, o composto linear alquilbenzeno sulfonato de sódio (LAS). A concentração média encontrada em efluentes domésticos varia de 14,0 mg/L a 27,0 mg/L e em efluentes industriais aproximadamente 50,0 mg/L. Quando lançados ao corpo hídrico sem tratamento adequado, os surfactantes têm um alto potencial poluidor. Sua presença reduz a tensão superficial da água e, consequentemente, sua taxa de evaporação, assim favorece a eutrofização, causando crescimento excessivo da vegetação aquática, de organismos como algas e cianobactérias e redução da concentração de oxigênio, o que provoca a morte de outros seres vivos. Assim, a busca pela remoção eficiente de surfactantes, além de ser fundamental para o ecossistema, torna-se um desafio constante. Este trabalho tem por objetivo a remoção de surfactantes (LAS e cloreto de dodecil piridíneo, CDP) pelo método de adsorção utilizando-se resíduos poliméricos, poliuretano (PU) e poliamida (PA), gerados em grandes quantidades como resíduos e com baixa taxa de reciclagem. Por ser um plástico termorrígido, o PU dificilmente é reciclado para ser utilizado em um material plástico do mesmo tipo, e a PA, mesmo com processos de reciclagem química, além de custosos, geram novos resíduos ao meio ambiente. A solução apresentada neste trabalho é a utilização direta de resíduos poliméricos para a remoção de surfactantes por meio de adsorção, propiciando destinação adequada e gerando valor agregado ao resíduo. Inicialmente os adsorventes foram caracterizados via Espectroscopia de Infravermelho com Transformada de Fourier com Reflectância Atenuada e potencial de carga zero (pHPCZ). Avaliou-se por meio de um planejamento composto central de face centrada com design fatorial 23 a influência dos parâmetros experimentais pH (nível inferior 4,0 e superior 10,0), temperatura (nível inferior 20 e superior 40 °C) e tempo de contato (nível inferior 20 e superior 120 min) na capacidade de adsorção dos adsorventes. Quatro condições experimentais foram otimizadas, as quais foram usadas na avaliação das isotermas e cinéticas de adsorção. As isotermas de adsorção se ajustaram melhor ao modelo de Sips indicando a heterogeneidade do sistema, com capacidades máximas de adsorção entre 9,5 e 91 mg g1. Os valores foram satisfatórios quando comparados aos dados presentes na literatura. As cinéticas de adsorção utilizando o PU como adsorvente atingiram equilíbrio em 60 minutos e seguiram ajustes de pseudosegunda ordem (LAS) e difusão (CDP). Os resultados obtidos mostraram-se satisfatórios, indicando que os resíduos poliméricos podem ser utilizados como adsorventes para a remoção de surfactantes em águas residuais. Entretanto, mais estudos devem ser realizados a fim otimizar os parâmetros e avaliar formas de remoção rápida. De qualquer forma, este trabalho abre novas possibilidades para utilização, aproveitamento e agregação de valor de resíduos poliméricos. |