O uso da visão computacional na comunicação de atletas de bocha paralímpica com paralisia cerebral
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Curitiba |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Biomédica
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/26809 |
Resumo: | A Bocha Paralímpica (BP) é um esporte importante na vida social de seus atletas que são pessoas com deficiência física severa nos quatro membros. Porém, o convívio social e a comunicação são falhos em algumas pessoas com paralisia cerebral. Neste esporte, os atletas com dificuldades na comunicação podem produzir um desempenho esportivo menor durante um jogo, por não conseguirem transmitir suas ideias e necessidades de forma clara e objetiva. Quando se utiliza um dispositivo de comunicação para suprir esta dificuldade, a qualidade de vida, bem como a autonomia e as relações sociais, são melhoradas. A partir da necessidade de aumentar as vias de comunicação durante um jogo de BP, propõe-se o uso de um sistema computacional não invasivo para estabelecer a comunicação, de acordo com as frases mais frequentes utilizadas pelos atletas de BP. Avaliar o uso de um sistema computacional denominado PGCA por atletas com dificuldades de comunicação, durante tarefas do jogo, foi o objetivo deste estudo. O estudo foi dividido em duas fases e contou com a participação de 27 atletas de BP. Na Fase 1, participaram 25 atletas, que responderam a um formulário on-line, com o objetivo de investigar a frequência de uso de 68 frases utilizadas por eles para se comunicar em um jogo. Na Fase 2, participaram cinco atletas, dentre os quais três também participaram da Fase 1. A Fase 2 foi executada de forma presencial e tratou-se da customização individualizada do sistema PGCA, a partir da utilização das frases, encontradas na Fase 1, em situações simuladas de jogo de BP. Os dados mostram que as frases mais frequentes para esta amostra de atletas de BP são as frases de saudação e despedida, utilizadas nos três grupos de diálogo (árbitros, colegas e adversários) e algumas frases de discussão relacionadas ao jogo. É importante destacar que todas as frases utilizadas neste trabalho (68), de alguma maneira já foram utilizadas pelos atletas investigados. Na Fase 2, o sistema PGCA foi customizado individualmente para cada atleta e gerou-se uma imagem para cada gesto escolhido por eles, considerando a velocidade deste gesto e o segmento corporal utilizado para a sua execução. Na etapa final da pesquisa, a eficácia obteve uma mediana de 22% no reconhecimento do gesto produzido pelos atletas e a eficiência em torno de 12,80s para que o sistema reconhecesse os gestos e pronunciasse a frase correspondente. O sistema PGCA foi concebido para as pessoas que possuem dificuldades na comunicação, tal como a amostra da Fase 2. De acordo com os resultados encontrados em termos de usabilidade, o sistema PGCA foi considerado um sistema promissor em auxiliar os atletas de BP. As evidências indicam que é possível facilitar a comunicação de atletas de BP durante um jogo, oferecendo uma maior quantidade de frases para serem ditas pelos atletas, além dos sinais e códigos já utilizados. Os resultados evidenciam que para atletas com maior comprometimento motor, é necessária uma diferenciação na metodologia, para que o sistema tenha um reconhecimento mais efetivo do gesto motor. A bocha paralímpica é uma modalidade esportiva importante e possibilitar a tais atletas melhorias na sua comunicação, significa possibilitar melhorias concretas na possibilidade do atleta vencer. Os resultados indicam que o sistema PGCA possui boa usabilidade para o contexto do estudo, desta forma, favorecendo a participação ativa com maior autonomia dos atletas e fornecendo também novas experiências de acessibilidade. |