Ciência, tecnologia e sociedade (CTS) e anarquismo: permanências e rupturas na construção de narrativas e práticas sociais presentes nos periódicos libertários brasileiros contemporâneos
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , , , |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Curitiba |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Tecnologia e Sociedade
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/4952 |
Resumo: | Este trabalho tem por objetivo apresentar alguns dos possíveis entrelaçamentos teóricos e práticos existentes entre as ações libertárias e o conjuntos de articulações presentes no chamado campo da Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS). Trata-se de um campo específico de estudos acadêmicos que traz consigo preocupações que englobam esferas intelectuais, sociais e políticas (Vaccarezza, 1998) denominado de “estudos sociais da ciência e da tecnologia” ou “estudos de ciência, tecnologia e sociedade” (ECTS) (VON LINSINGEN, 2007). De acordo com Cutcliffe (2003), os estudos CTS inicialmente possuíam basicamente duas características: a) a primeira era uma visão essencialista que buscava transformar a sociedade através da busca da ciência e da tecnologia; b) a segunda uma reação critica a esse projeto essencialista. Posteriormente, esses dois eixos foram ampliados. Os anarquistas possuem uma longa tradição de debates em torno de temas caros ao campo CTS. Durante o século XX, por exemplo, discutiram os laços entre a ciência e o poder político-militar do Estado. No período do desenvolvimento da chamada “grande ciência” apontaram para o crescimento das grandes burocracias tecnocientíficas. Os libertários teorizam também a crítica do “complexo militar-industrial” e o desenvolvimento dos programas nucleares realizados em diversas nações, bem como desenvolveram profícuas “culturas da natureza”. A partir das movimentações políticas da década de 1960 o pensamento e as práticas anarquistas foram incorporados por vários movimentos sociais comprometidos com o debate em torno da tecnociência e da crise ecológica no mundo contemporâneo. Todavia, esse trânsito ainda não foi totalmente pesquisado. Assim, essa investigação apresenta esse debate a partir da análise de periódicos anarquistas brasileiros contemporâneos. Foram selecionados materiais publicados em meios virtuais por 17 organizações anarquistas de todas as regiões do país. Após leitura e seleção foram separados os materiais com temáticas discutidas historicamente dentro do CTS. A análise nos permitiu categorizar seis grandes eixos temáticos de teorização e de atuação: 1) Ciência e Educação; 2) Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs); 3) Ecologia e Natureza; 4) Saúde, Vida e Sexualidade; 5) As Utopias das Cidades e a Urbanização Capitalista; 6) O mundo do Trabalho e suas Tecnologias. Compreendemos, a partir da análise do material, ser possível estabelecer uma aproximação temática entre os ideais libertários e a prática da Pedagogia Libertária com o Ensino Científico de enfoque CTS característica do pensamento latino-americano. |