Olhares oblíquos em El cuerpo en que nací, de Guadalupe Nettel, e Sangre en el ojo, de Lina Meruane

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Müller, Gabriella Viana lattes
Orientador(a): Nascimento, Naira de Almeida lattes
Banca de defesa: Cerdeira, Phelipe de Lima lattes, Cantarin, Márcio Matiassi lattes, Nascimento, Naira de Almeida lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Curitiba
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagens
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/29239
Resumo: A presente pesquisa propôs a análise das obras literárias El cuerpo em que nací (2011), da mexicana Guadalupe Nettel, e Sangre em el ojo (2012), da chilena Lina Meruane. Inscritas no contexto hispano-americano contemporâneo, as obras estreitam relações ao compartilharem das temáticas em torno do olho: da cegueira como experiência própria à representação da cegueira na literatura. Explora-se como as condições oculares das protagonistas vislumbram uma mirada anti-hegemônica sobre si mesmas e sobre o mundo, acentuando o caráter político do olhar nas obras estudadas; para tanto, as teóricas Marilena Chauí (1998) e Marta Pascua Canelo (2019) auxiliam a elucidar as possíveis subjetividades e multiplicidades que emanam do olhar. A proposta deste estudo é traçar, a partir dos “olhares oblíquos”, duas perspectivas teóricas principais. Primeiramente, trazendo reflexões acerca do gênero literário, com teóricos da autoficção como Philippe Lejeune (1971), Diana Klinger (2006) e Manuel Alberca (2008), analisa-se os aspectos formais que permitem pensar as narrativas enquanto autoficção para compreender a função desse recurso escritural dentro das diegeses. Na segunda parte do texto, apresenta-se uma leitura das obras sob o viés dos Estudos Animais, área de pesquisa cujos estudos despertaram de forma mais ampla com a chamada “virada animal” no final do século XX, e apresenta afinidades latentes com as narrativas. Gabriel Giorgi (2016), Brian Massumi (2017), Eduardo Viveiros de Castro (2014), Michel Foucault (2001) e Roberto Esposito (2016) são os principais autores a dar suporte teórico para compreender como as protagonistas elaboram suas subalternidades – advindas das enfermidades oculares, do gênero e das situacionalidades geográficas – por meio da animalidade.