Entre silenciamentos e invisibilidades: relações de gênero no cotidiano das aulas de matemática

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Casagrande, Lindamir Salete
Orientador(a): Carvalho, Marília Gomes de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Curitiba
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Tecnologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/372
Resumo: O objetivo desta tese foi o de verificar como acontecem as relações de gênero nas aulas de Matemática de 5ª a 8ª séries do ensino fundamental em um Colégio da rede estadual de educação de Curitiba no Paraná. A pesquisa é de cunho qualitativo e foi realizada com base no método etnográfico. Foram utilizadas três técnicas de pesquisa para coleta de dados: observação, análise documental e entrevista. A faixa escolar foi escolhida pelo fato de que poucas pesquisas até então desenvolvidas abrangem estudantes desta faixa. Outro motivo para pesquisar esta faixa escolar é que os/as estudantes encontram-se em pleno processo de construção das identidades e julguei importante saber um pouco mais sobre a mesma. Observar a relação de meninos meninas com a Matemática se torna importante quando se lembra que a Matemática é considera uma disciplina masculina. A pesquisa de campo envolveu quatro turmas, uma de cada série. A observação foi por um período de seis meses e a entrevista foi realizada com quarenta estudantes (vinte meninas e vinte meninos) e quatro professores/as (dois homens e duas mulheres). Os documentos analisados foram os diários de classe (2009) e os editais com resultado final (2008). Os resultados apontam para a diferença de posicionamento de meninos e meninas em sala de aula, tanto na relação com os/as colegas e professores/as, quanto com relação ao conteúdo matemático. As meninas eram silenciadas e se silenciavam diante da classe e do/a professor/a. As relações de gênero também são silenciadas e invisibilizadas pelos/as pesquisados/as. Os dados apontam ainda que há a necessidade de que os/as profissionais sejam informados e formados para perceberem a forma como os/as discentes se relacionam entre si no espaço da sala de aula e assumam práticas para que todos/as tenham iguais condições de se manifestar pois a maioria dos/as discentes afirmou que silenciavam durante as aulas por vergonha e receio de ser motivo de chacota dos/as colegas. Percebeu-se que o poder era circulante naquelas turmas, ora estava com uns/umas, ora com outros/as e os/as estudantes construíam suas estratégias para exercer o poder e atingir seus objetivos. Durante a pesquisa percebeu-se que os estudos de gênero na educação é um campo que continua aberto para o desenvolvimento de pesquisas diversas.