Caracterização do esgoto sanitário e lodo proveniente de reator anaeróbio e de lagoas de estabilização para avaliação da eficiência na remoção de contaminantes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Lopes, Thiara Reis
Orientador(a): Pletsch, Adelmo Lowe
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Medianeira
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Tecnologias Ambientais
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/1285
Resumo: As Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs), são utilizadas com o objetivo de simular os fenômenos naturais de degradação em condições controladas para promover o tratamento dos esgotos, durante este processo, ocorre à produção de um subproduto denominado lodo de esgoto, constituído basicamente por uma mistura de matéria orgânica e inorgânica, que durante o processo de tratamento do esgoto permanece acumulada no sistema. As características do esgoto e do lodo estão relacionadas com as atividades antrópicas, condições climáticas, avanços tecnológicos que também contribuem com a inserção de compostos de difícil degradação, raramente tratados e removidos por processos convencionais. O objetivo desta pesquisa foi avaliar as características do esgoto e do lodo gerado em dois sistemas convencionais aplicados no tratamento do esgoto, estimar a eficiência dos sistemas e indicar o melhor potencial uso agrícola do lodo produzido. Para isso, foram determinados no afluente e efluente dos sistemas de tratamento biológico os parâmetros físico-químicos (pH, temperatura, oxigênio dissolvido, sólidos totais, sólidos totais fixos, sólidos totais voláteis, sólidos sedimentáveis, Demanda Química de Oxigênio (DQO), nitrogênio amoniacal). No lodo foram determinados parâmetros físico-químicos (pH, fósforo, potássio, íons metálicos, sólidos totais, sólidos totais fixos, sólidos totais voláteis, umidade, matéria orgânica e carbono orgânico total) e biológicos (coliformes termotolerantes, E. coli, Salmonella sp.). Os isolados de E. coli e Salmonella sp. foram submetidos a testes de susceptibilidade a agentes antimicrobianos. Os resultados indicaram que os esgotos avaliados apresentaram pH próximos à neutralidade e temperaturas ótimas para as atividades bacterianas. Ao comparar os sistemas de tratamento, a ETE operada com lagoas foi mais eficiente na conversão de nitrogênio amoniacal, sólidos e menor eficiência na redução da DQO. Todos os parâmetros avaliados no esgoto, apresentaram concentrações inferiores aos limites estabelecidos na legislação, exceto o nitrogênio amoniacal, e em determinadas amostragens a DQO e o OD. Em relação ao lodo, este apresentou pH próximos à neutralidade, a concentração de fósforo, potássio e matéria orgânica no lodo do sistema operado com RALF foi superior a do sistema operado com lagoas. Às concentrações dos íons metálicos no lodo do RALF foram superiores às do lodo do leito de secagem, nas lagoas essas concentrações reduziram durante o processo de tratamento. Ao comparar as ETEs, às concentrações dos íons metálicos foram maiores no lodo do RALF, exceto Mn e Ni, e a concentração de Fe foi semelhante entre os sistemas. No lodo do RALF, do leito de secagem e das lagoas foram detectadas colônias de Salmonella sp. resistentes à amoxicilina (10µg), tetraciclina (30µg) e cefalotina (30µg). As colônias de E. coli, foram sensíveis apenas à gentamicina. Este estudo possibilitou avaliar a eficiência destes sistemas convencionais de tratamento de esgotos, os resultados evidenciam a necessidade de utilizar métodos adequados de tratamento que possibilitem a remoção desses antibióticos e inativação dos microrganismos patogênicos, pois indicam um potencial risco das ETEs na dispersão desses no ambiente.