A percepção de riscos ocupacionais pelos fumicultores das comunidades de Itaíba (Marmeleiro - PR) e Volta Grande (Irati - PR)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Cunico, Marcia Domênica
Orientador(a): Perondi, Miguel Angelo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Pato Branco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/739
Resumo: Este estudo busca conhecer a percepção dos riscos ocupacionais pelos fumicultores das comunidades de Itaiba (Marmeleiro) e Volta Grande (Irati), visto que, o processo saúde-doença do trabalhador pode ser afetado pelos riscos a que está exposto, estes por vezes decorrentes de seu ambiente laboral. De acordo com a Norma Regulamentadora nº 9 do Ministério do Trabalho e Emprego os riscos ocupacionais afetam a saúde do trabalhador, expondo-o a acidentes de trabalho e ao adoecimento. O objeto deste estudo é o fumicultor, que neste estudo foi percebido como um trabalhador rural diferenciado no contexto da agricultura familiar brasileira por se encontrar numa relação de total dependência com a Indústria do Tabaco, além da vulnerabilidade social e econômica desses agricultores frente ao cenário mundial de políticas que visam reduzir a demanda por tabaco enquanto o Brasil permanece como líder mundial em exportação e o segundo maior produtor de tabaco. Para compreender o contexto da percepção do fumicultor sobre os riscos relacionados ao seu trabalho se optou pela pesquisa descritiva com abordagem qualitativa. Assim a presente pesquisa procurou descobrir quais riscos são percebidos pelos fumicultores nos diferentes sistemas produtivos de tabaco tipo Burley e Virgínea. Ao analisar os discursos dos agricultores constatou-se que o risco é percebido, porém nem sempre relacionado ao trabalho. Os fatos são relatados de forma isolada, sem a reflexão sobre a sua origem e causalidade, os riscos e sintomas são geralmente atribuídos a tarefas isoladas do seu cotidiano ou a fatores biológicos. Os agricultores demonstraram maior percepção do risco relacionado ao uso de agrotóxico e foram relatados sintomas relacionados a intoxicação por nicotina. Os riscos físicos, ergonômicos, mecânicos, biológicos e de organização do trabalho são também relatados, porém, nem sempre percebidos e correlacionados ao trabalho. A falta de ações de saúde e notificações relacionadas às intoxicações relatadas é percebida nos discursos e demonstram a necessidade de uma atenção à saúde dos fumicultores que, devido as suas especificidades de condições de vida, dispersão e heterogeneidade, requerem ações de fiscalização das condições e do ambiente de trabalho e a vigilância em saúde.