Efeito da proteção superficial (pintura imobiliária) na difusão e captura de CO2 em argamassas de revestimento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Barbosa, Meire Claudia lattes
Orientador(a): Bittencourt, Paulo Rodrigo Stival lattes
Banca de defesa: Bittencourt, Paulo Rodrigo Stival lattes, Neves Junior, Alex lattes, Punhagui, Katia Regina Garcia lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Medianeira
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Tecnologias Ambientais
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Ink
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/30258
Resumo: À indústria da construção civil atribui-se grande parcela dos impactos ambientais devido a extração e consumo de recursos naturais em larga escala, modificações dos espaços construídos, consumo energético, geração de resíduos e emissões. No processo produtivo do cimento, tem-se a emissão de CO2 pela descarbonatação da rocha calcária, queima de combustíveis fósseis e eletricidade nas fábricas, sendo a indústria cimenteira responsável por ~7% das emissões mundiais de CO2 antropogênico. Entretanto, materiais à base de cimento, têm como possibilidade capturar CO2 pelo processo de carbonatação, o qual ocorre por meio da reação do CO2 atmosférico com hidróxidos presentes na matriz cimentícia, precipitando carbonato de cálcio. O potencial de captura por esta reação depende de fatores, como a difusibilidade do CO2 através da matriz. Neste contexto, o presente trabalho tem por objetivo avaliar o efeito da proteção superficial do tipo pintura na difusão de CO2 em argamassas de revestimento. Para tanto, foram produzidas argamassas (1:1:6 e 1:2:9 cimento: cal; areia), que após 28 dias de produzidas receberam acabamento do tipo pintura imobiliária, variando a proteção em função da base (PVA e acrílica), do acabamento (semibrilho, fosco) e da cor (branca e cinza). As argamassas (corpos de prova de 7x9x16cm e placas 40x40x2,5cm) sofreram carbonatação natural e acelerada, tendo a profundidade de carbonatação avaliada aos 28, 101, 127 e 164 dias. A fixação de carbono foi avaliada aos 28 dias através do ensaio de análise termogravimétrica. Por meio de teste estatístico evidenciou-se diferença significativa nos diferentes tratamentos, em que a difusão de CO2 foi maior para a matriz de referência (sem proteção), seguida da matriz com proteção de base PVA, acrílico fosca, e acrílico semibrilho em razão de uma maior proteção atribuída ao substrato devido às tintas. Para um mesmo tempo de exposição (164 dias) as argamassas sofreram diminuição na velocidade de carbonatação quando comparadas com as de referência. A redução foi de até 3,6 vezes para argamassas com pintura acrílica standard semibrilho, de 2,5 a 2,0 vezes menores para argamassas com proteção acrílica de acabamento fosco, independentemente da cor. Na tinta PVA de menor redução, a velocidade de carbonatação foi 1,20 vezes menor que a de referência. Constatou-se, o efeito de redução da velocidade de carbonatação e fixação de carbono, devido a uma menor difusão de CO2 em amostras com proteção superficial. Os sistemas de proteção de base PVA são mais permeáveis ao CO2, cuja aplicação deve ser preferida para uma maior captura de carbono a curto prazo. Entretanto, se considerado o ciclo de vida dos revestimentos (20 a 40 anos) pode se afirmar que todos os sistemas podem carbonatar por completo ao logo do tempo, independente da proteção aplicada, considerando uma espessura média de 20 mm. Logo, os estudos de captura de carbono em argamassas de revestimento devem ser conduzidos considerando um menor coeficiente de difusão de CO2 quando existir uma barreira de proteção aplicada à superfície do material.