Ethos discursivo, interdiscurso e cenas enunciativas em canções interpretadas por Elza Soares
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Pato Branco |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Letras
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/31089 |
Resumo: | Esta dissertação trata da constituição do ethos discursivo, relacionado às cenas enunciativas e ao interdiscurso, em canções interpretadas por Elza Soares, que apresentam como tema central o combate à violência doméstica e o empoderamento feminino. Tomamos a Análise do Discurso de linha francesa em suas novas tendências, a partir da abordagem de Dominique Maingueneau, como suporte teóricometodológico visto que, conforme esse autor, essa metodologia se propõe a estudar a linguagem levando em conta sua exterioridade. Nosso objetivo geral foi examinar o modo de constituição do ethos nas letras “Maria da Vila Matilde”, “Mulher do fim do mundo”, “Língua solta”, “Dentro de cada um” e “Não tá mais de graça”. Para isso, mobilizamos os seguintes objetivos específicos: aprofundarnos nos estudos da Análise do Discurso; conhecer a vida e a obra de Elza Soares, levando em conta sua importância para a Música Popular Brasileira enquanto representatividade feminina negra; analisar as canções selecionadas tendo como base o ethos discursivo, as cenas enunciativas e o interdiscurso. Acreditamos que o sujeito enunciador fala a partir do lugar que ocupa na relação de forças que constituem a sociedade. Após a análise da canção, efetivada a partir dos temas “violência doméstica” e “empoderamento”, os resultados apontaram para a construção de uma imagem de si projetada no empoderamento da mulher negra periférica e no enfrentamento do discurso patriarcal dominante, visto que o sujeito enunciador questiona e denuncia as estruturas de violência estabelecidas. Através dos rastros interdiscursivos, pudemos notar que a canção foi tecida a partir do reconhecimento do outro e das vozes historicamente marcadas pela luta contra a violência e o silenciamento das mulheres. Além disso, a construção da cenografia, como um espaço de empoderamento e de enfrentamento, conferiu ao discurso um tom de denúncia que colaborou para a construção de um enunciador com voz ativa na sociedade, e um enunciador sujeito de representatividade. |