Desempenho de sistema modificado de lagoa aerada com meio de suporte em leito móvel no tratamento de efluente de celulose kraft

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Peitz, Camila lattes
Orientador(a): Xavier, Claudia Regina lattes
Banca de defesa: Xavier, Claudia Regina, Passig, Karina Querne de Carvalho, Vidal, Carlos Magno
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Curitiba
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/4197
Resumo: A indústria de celulose utiliza mais de 40 m3 de água por tonelada de polpa produzida, gerando elevadas vazões de efluente. Em geral, este apresenta altos valores de demanda química de oxigênio (DQO), demanda bioquímica de oxigênio (DBO5), cor e ecotoxicidade. Os sistemas de tratamento de efluentes mais utilizados na indústria de celulose são os tratamentos biológicos, dentre eles os sistemas de lagoas aeradas, que são eficientes na remoção da matéria orgânica biodegradável, mas apresentam limitações para remoção da matéria orgânica recalcitrante e cor. Além disso, há uma preocupação com a ecotoxicidade desses efluentes, e para sua estimativa organismos testes como a Daphnia magna têm sido amplamente utilizados na avaliação de ecotoxicidade de efluentes. O objetivo deste trabalho foi avaliar o tratamento de efluente Kraft por sistemas de lagoas aeradas modificadas com a adição de meios de suporte esponjosos (APG) através, primeiramente, da disposição dos meios de suporte nas lagoas aeradas na carga orgânica 0,2 kgDQO m- 3 d-1 e sequencialmente com variação de carga orgânica volumétrica de 0,2 a 1,2 kgDQO m-3 d-1. Amostras do Afluente e Efluente foram caracterizadas e avaliadas pelos parâmetros: DBO5, DQO, Cor, derivados de lignina, compostos fenólicos totais e ecotoxicidade aguda em D. magna nas distintas etapas. Os sólidos foram avaliados no licor misto das lagoas aeradas por análise de sólidos aderidos aos meios de suporte e suspensos no reator. Nas condições ótimas de tratamento, nas quais a biodegradabilidade da amostra era favorável ao tratamento biológico (DBO5/DQO>0,3), a remoção de DQO e DBO5 foi de 32% e 88%, em média, respectivamente no estudo de disposição dos meios de suporte livre e confinado, mantendo a carga orgânica volumétrica em 0,2 kgDQO m-3 d-1. Quando a amostra apresentou maior recalcitrância, seu desempenho foi de 8% e 64%, em média, na remoção de DQO e DBO5, respectivamente. Com relação à Cor, houve incremento durante a maior parte do tratamento, sendo este superior a 20% em algumas condições. A remoção de compostos fenólicos totais não foi verificada durante a maior parte do tratamento por lagoas aeradas com meio de suporte esponjoso. Através de teste estatístico, não foi verificado diferença significativa nas disposições dos tratamentos. Considerando o tratamento, no qual houve variação de carga em lagoa aerada com APG confinado em gaiola plástica, o melhor desempenho foi na carga 1,2 kgDQO m-3 d-1, com remoção de matéria orgânica de 50% e 75% para DQO e DBO5, respectivamente, remoção de Cor próxima a 20%, remoção de compostos fenólicos totais de 18% e remoções de derivados de lignina superiores a 10%. Com relação aos sólidos estes se concentraram no licor misto durante todos os tratamentos por lagoas aeradas modificadas com meios de suporte esponjosos. Sobre a ecotoxicidade aguda, esta foi reduzida para FT igual a 1 em todas as condições de tratamento utilizadas. Comparando os sistemas modificados com lagoa aerada sem a adição de APG, se sugere a aplicação de meios de suporte esponjosos em cargas orgânicas da ordem de 1,2 kgDQO m-3 d-1 mesmo com relação DBO5/DQO baixa como a deste estudo.