Estudo da influência da utilização de imidacloprido em alface (Lactuca Sativa L.)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Souza, Silvio José de lattes
Orientador(a): Março, Paulo Henrique lattes
Banca de defesa: Março, Paulo Henrique, Consolin, Marcilene Ferrari Barriquello, Petean, Leonardo Pim
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Campo Mourao
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Tecnologia de Alimentos
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/4426
Resumo: A agricultura é altamente dependente da utilização de substâncias que possam inibir a ação de insetos nocivos aos cultivares. No entanto, apesar de apresentarem alta eficiência no controle de uma diversificada variedade de insetos, estudos têm mostrado efeitos letais para insetos não alvo, tais como abelhas polinizadoras e insetos aquáticos, além de efeitos colaterais em aves, peixes e até mesmo em humanos. Existem poucas informações disponíveis sobre alterações moleculares e sobre o efeito na absorção de minerais causadas por influência de pesticidas em hortaliças, sendo que estes alimentos fazem parte do dia a dia da população em geral. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar o desenvolvimento de culturas de alface ausência e na presença de duas concentrações do inseticida imidacloprido (IMD) a partir de análises por vibrações moleculares obtidas por espectroscopia de infravermelho próximo (NIR), infravermelho médio (MIR), análise por espectrometria de absorção atômica em chama (FAAS) e análise de estresse por fluorescência de clorofila a (Fchl), além de avaliar o potencial citotóxico e genotóxico do IMD em meristemas de raízes de Allium cepa nos tempos 0, 24 e 48 h de exposição. Os espectros NIR e MIR foram medidos no caule e na superfície das folhas das alfaces, sendo tratados por análise de componentes principais (PCA). Os teores de Ca, K, Fe, Cu, Al e Pb foram obtidos por FAAS, e os resultados de fluorescência foram obtidos por meio de um Fluorímetro de Pulso de Amplitude Modulada (PAM). Os dados de PAM e FAAS foram tratados estatisticamente utilizando-se ANOVA e teste de Tukey, enquanto os resultados de citotoxicidade e genotoxicidade foram obtidos pelos testes de Shapiro-Wilk e homogeneidade de Hartley, Kruskal-Wallis e pós teste de Dunn. Não foram encontradas diferenças estatísticas nas análises dos minerais entre os grupos (com e sem inseticida). Os resultados mostraram que existe diferença entre as medidas de espectros NIR quando obtidas do caule e na superfície externa das folhas, de modo que o ponto de medida pode influenciar nos resultados. No entanto, considerando-se apenas a folha, não foi possível diferenciar os grupos (controle, tratamento 1 e tratamento 2) pela aplicação de PCA nos dados de espectroscopia NIR, MIR, tão pouco nos dados de FAAS. Os parâmetros obtidos por PAM, Fo, FV, FV/FM e FV/Fo, tal como os resultados de NIR e MIR, não apresentaram diferenças estatísticas significativas entre os grupos (com e sem inseticida). As duas concentrações avaliadas causaram inibição significativa na divisão celular principalmente após 48 horas de exposição, onde o índice mitótico foi de aproximadamente 1,76 e 0,56 para concentração 1 e 2, respectivamente. O inseticida induziu a formação de um número significativo de micronúcleos além do número de células em apoptose, indicando que o IMD apresenta genotoxicidade e citotoxicidade. Desta forma, sugere-se que o uso de IMD deve ser rigorosamente monitorado pois, além de não serem facilmente diferenciadas, cultivares produzidas com uso de IMD podem promover toxicidade.