Heroínas negras brasileiras, de Jarid Arraes: perspectivas dos feminismos descoloniais na construção da narrativa de cordel
Ano de defesa: | 2021 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Curitiba |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagens
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/25106 |
Resumo: | A dominação eurocêntrica movimentada pelas articulações da colonialidade/ modernidade configurou opressões raciais, de gênero, de classe e de nacionalidade que operaram no apagamento dos saberes elaborados pelas/os sujeitas/os subalternizadas/os e na sistematização das ausências dessas/es sujeitas/os nas narrativas dos conhecimentos validados, nos espaços de poder e na formação cultural, social e política, no Brasil e na América Latina. A apresentação da pluralidade dos feminismos brasileiros e a enunciação da contribuição fundamental do feminismo negro brasileiro situam os cordéis da coleção Heroínas Negras Brasileiras, de Jarid Arraes, enquanto produções literárias feministas negras que efetuam a visibilidade e o reconhecimento das experiências vividas por mulheres negras brasileiras. O aparato epistemológico dos feminismos descoloniais enseja processos de descolonização dos saberes, especialmente ao resgatar e destacar as trajetórias de vida e elaborações de resistência empreendidas por mulheres negras e indígenas nos combates às opressões da colonialidade. Os quinze cordéis da coleção são analisados a partir da movimentação de conceitos desenvolvidos por Lélia Gonzalez (1988), María Lugones (2014) e Patricia Hill Collins (2019), intelectuais alinhadas aos feminismos descoloniais e que compreendem o racismo e o sexismo como operadores centrais do sistema de gênero colonial moderno. Arraes mobiliza o suporte cordel como ferramenta política, evidenciando as práticas de resistência construídas pelas/os sujeitas/os subalternizadas/os, amefricanas/os (GONZALEZ, 1989), narrativas e saberes outros, bem como a construção de novas perspectivas para a produção de saberes não hegemônicos. A apresentação de um panorama acerca da literatura de cordel identifica o gênero literário em suas dinâmicas de atualizações e de permanências, na fluidez dos folhetos junto às transformações sociais e culturais ocorridas ao longo do século XX, consideradas na investigação dos cordéis de Arraes, em relação aos conteúdos, às escolhas e às abordagens feitas pela cordelista. A coleção de folhetos e o lançamento dos mesmos no formato livro, primeiro pela editora Pólen em 2017 e em 2020 pela editora Seguinte, obtêm destaque no campo literário brasileiro, que atualmente tem movimentado títulos de autoras/es negras/os que permitem fomentar a discussão e localização das práticas racistas, bem como possibilitam a construção de projetos políticos transversais (COLLINS, 2019) e saberes contrahegemônicos. |