A renovação das estratégias de lutas na agricultura: o caso das festas das sementes crioulas no sul do Brasil
Ano de defesa: | 2016 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , , |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Santa Maria
Dois Vizinhos |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Extensão Rural
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/2684 |
Resumo: | O objetivo desta tese foi examinar as iniciativas com sementes crioulas tratando-as como um movimento social, elucidando os significados culturais e simbólicos mobilizados para a transformação da sociedade. A partir da noção de campo de Bourdieu, reconstituímos o campo das sementes posicionando no polo dominante os agentes profissionais ligados a indústria de sementes e no polo dominado os agentes da resistência, ligados aos movimentos e organizações sociais. A partir desta demarcação, buscamos identificar os mecanismos pelos quais se reproduzem os agentes dominantes e caracterizar as estratégias de luta dos agentes de resistência, problematizando seu sentido e alcance. A reconstituição do campo das sementes foi realizada a partir da análise de bibliografias produzidas no próprio campo, observando-se que o polo dominante do campo das sementes tem suas principais características definidas a partir da produção de sementes híbridas e se consolida com a transgenia. Na sua gênese a consolidação recebe aportes significativo de agentes do campo da ciência e da política. Em torno do processo que denominamos de gênese das sementes crioulas identificamos os estratégias pelas quais se busca subverter a dominação, concedendo especial atenção às festas das sementes crioulas. Com vistas a caracterizar a diversidade de estratégias de luta e seu sentido realizou-se revisão bibliográfica das iniciativas de resistência e estudo de caso em festas de sementes crioulas no sul do Brasil bem como levantamento de campo no México. Os dados primários foram obtidos, sobretudo, pela observação, entrevistas informais, registros sonoros e fotográficos, visita a museus, universidades, instituições de pesquisa, festas e feiras. As festas foram tratadas como instrumento simbólico, constituinte de movimentos contrahegemônicos. Identifica-se que a resistência se dá no contexto amplo, ou seja, em relação ao modelo de agricultura e de forma específica, pela luta conformada na defesa das sementes crioulas. A produção de sementes crioulas como bem simbólico, denega o mercado, constitui grupos produtores que se reconhecem e se legitimam, nascem e se reforçam a partir de produções autônomas, mas, sobretudo, diante da lógica dominante, vem exigindo dos participantes a construção do outro possível, no que se pode compreender como lutas para transformar a sociedade. Nesta luta, o estudo das festas das sementes crioulas revela seu potencial na produção simbólica. Este estudo contribui com análises sobre os mecanismos e alcance da produção simbólica, tanto para manter como para subverter a dominação das sementes industriais. |