Proposta de um modelo para a análise das relações entre a capacidade de gestão e a capacidade de inovação de micro e pequenas empresas do sul do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Carvalho, Gustavo Dambiski Gomes de lattes
Orientador(a): Resende, Luis Mauricio Martins de lattes
Banca de defesa: Resende, Luis Mauricio Martins de lattes, Veiga, Claudimar Pereira da lattes, Pontes, Joseane lattes, Pagani, Regina Negri lattes, Silva, Wesley Vieira da lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/25063
Resumo: As micro e pequenas empresas (MPEs) contribuem fortemente para a economia brasileira e buscam se manter competitivas especialmente por meio da inovação. Nesse contexto, este trabalho tem como objetivo propor um modelo estatístico para a análise das relações entre a capacidade de gestão e a capacidade de inovação de micro e pequenas empresas. Para isso, além de três pesquisas bibliométricas sobre gestão e inovação em MPEs, 11 modelos foram propostos e analisados por meio da técnica estatística de modelagem de equações estruturais por mínimos quadrados parciais (PLS-SEM). Inclusive, em termos de originalidade, foram realizadas análises avançadas como constructos de segunda ordem e efeitos de variáveis de controle, com base em uma amostra de 5.633 MPEs brasileiras participantes do Programa Agentes Locais de Inovação (Programa ALI) nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Entre os principais achados, as dimensões de gestão do Modelo de Excelência em Gestão (MEG) para MPEs (Liderança; Estratégia, Clientes; Sociedade; Pessoas; Informação-Conhecimento e Processos) foram validadas como constructos de primeira ordem, além de poderem ser agregadas em um constructo de segunda ordem denominado fator Habilitador. Por outro lado, foi verificada estatisticamente a ausência de diferenciação dessas dimensões entre fatores Técnicos (Hard) e Sociais (Soft) como constructos de segunda ordem. Por sua vez, para mensurar a capacidade de inovação das MPEs, foram utilizados como base teórica os novos subtipos de inovação da quarta e última versão do Manual de Oslo, onde as questões individuais do questionário Radar da Inovação foram reorganizadas e validadas estatisticamente nessa nova classificação, a saber: Inovação de Produto; Inovação de Produção; Inovação de Distribuição; Inovação de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC); Inovação de Marketing; e Inovação de Gestão. Particularmente sobre a relação entre capacidade de gestão e capacidade de inovação, os resultados revelaram que todas as dimensões de gestão influenciam positiva e significativamente ao menos uma dimensão de inovação, onde Informação-Conhecimento e Clientes foram as dimensões de gestão de destaque. Adicionalmente, a inclusão de variáveis de controle Tamanho e Setor (manufatura) revelou diferenças significativas na capacidade de gestão de micro e pequenas empresas, onde as pequenas apresentaram níveis mais altos do que as micro, bem como diferenças entre os setores, onde empresas industriais apresentaram níveis mais altos em Sociedade e Processos e empresas de serviços em Liderança e Pessoas. Particularmente sobre os efeitos de controle dessas variáveis na relação entre capacidade de gestão e capacidade de inovação, foram identificados efeitos de controle parcial e de supressão especialmente de Setor nas dimensões de gestão Processos e Sociedade, onde o efeito de Processos nas dimensões de inovação foi reduzido na maioria das relações. Por outro lado, os resultados mostraram que de forma geral os efeitos da capacidade de gestão na capacidade de inovação das MPEs se mantiveram independentemente do porte ou setor. Além das contribuições teóricas desses achados, como contribuição prática de destaque, donos e gestores de MPEs podem focar nas dimensões de gestão que apresentaram maior influência positiva em cada dimensão de inovação que se almeja aprimorar. Assim, espera-se que este trabalho contribua para o aumento da capacidade de inovação e, consequentemente, da competitividade das MPEs brasileiras.