A energia elétrica como instrumento de desenvolvimento humano e o desafio ao plano nacional de energia brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Zuba, Márcio Eduardo lattes
Orientador(a): Souza, Marilia de lattes
Banca de defesa: Souza, Marilia de, Silva, Christian Luiz da, Macedo, Mariano de Matos, Oliveira, Antonio Goncalves de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Curitiba
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Planejamento e Governança Pública
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/2838
Resumo: Este trabalho tem por objeto de estudo a correlação entre a utilização per capita de energia elétrica e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). O objetivo geral da pesquisa é avaliar a compatibilidade das premissas do Plano Nacional de Energia (PNE) brasileiro, em relação à utilização de energia elétrica, com o desafio da elevação do IDH nacional ao nível “muito alto” – o mais elevado conforme a terminologia atual das Nações Unidas. Quanto ao método, a pesquisa é, em relação aos seus objetivos, preponderantemente descritiva, e quantiqualitativa no que se refere ao estudo do problema. Realizou-se tratamento estatístico de diferentes aspectos correlacionados à energia elétrica e ao IDH, de modo a estabelecer padrões significativos e universais dessa correlação, os quais parecem possíveis de serem previstos mediante utilização de fórmula matemática, a qual tornaria então possível avaliar o desenvolvimento humano utilizando a energia elétrica como parâmetro. Verificou-se que a proporção da utilização de energia elétrica é cada vez mais intensa em relação ao total de utilização de energia primária, o que se explica pela absoluta indispensabilidade, motivada pela versatilidade e disponibilidade, da primeira, e definiu-se um valor objetivo mínimo à utilização per capita de energia elétrica, ponderado em função da intensidade energética – no caso, 222 kWh –, necessário ao status de desenvolvimento humano “muito alto”. Definiram-se ainda duas fórmulas matemáticas – a primeira delas possui maior versatilidade descritiva, pois envolve equação logarítmica, enquanto a segunda, simplificada, utiliza função potência – capazes de individualmente estimar, em função do valor de utilização de energia e compondo uma base comparativa global, o IDH correspondente do ente analisado. Ambas são capazes de auxiliar na compreensão, ainda que em cognição preliminar, acerca da situação energética do ente sob análise, podendo ser utilizadas como indicador de possíveis direcionamentos de políticas energéticas que se pretendam voltadas ao desenvolvimento humano. Comprovou-se a acurácia da fórmula logarítmica em termos globais e históricos e, na sequência, verificou-se quão compatíveis são entre si o Plano Nacional de Energia e o IDH “muito alto”, em médio prazo e tendo como cenário os estados brasileiros. Concluiu-se, quanto a este objetivo geral, que a evolução histórica de oferta e demanda de energia elétrica no País é compatível com os números projetados pelo PNE, e que estes são compatíveis com o IDH “muito alto” – para atingir tal nível seriam necessários cerca de 720 TWh anuais, enquanto o PNE projeta, para 2030, 971 TWH e a evolução histórica das últimas duas décadas indica, para o mesmo ano, aproximadamente 830 TWh. O eventual atingimento desse nível de IDH deve, contudo, ser relativizado, pois provavelmente não seria suficiente para tirar o Brasil da atual posição de catching-up em relação aos países desenvolvidos.