Efeitos da intervenção do corretor nas produções textuais de um grupo de pré-vestibulandos de Curitiba

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Oliveira, Glaucia Aline Dissenha de lattes
Orientador(a): Nunes, Paula Ávila lattes
Banca de defesa: Ribeiro, Joselia lattes, Nunes, Paula Avila lattes, Bertucci, Roberlei Alves lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Curitiba
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagens
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/5282
Resumo: A presente pesquisa tem por objetivo analisar os efeitos da intervenção do corretor nas produções textuais de um grupo de pré-vestibulandos de Curitiba, com a finalidade de verificar o quanto essa correção é suficientemente produtiva, tendo em vista a reescrita que os discentes fazem a partir dela. Levando em consideração os pressupostos teóricos da pesquisa, no primeiro capítulo são apresentadas noções gerais de avaliação (BOTH, 2017; SANT’ANNA, 2001; PACHECO, 2002; RUIZ, 2010; PERRENOUD, 2007), de texto e avaliação de texto (KOCH, 2007; ABAURRE; ABAURRE, 2012), sequências didáticas (DOLZ; SCHNEWLY, 2010), como também a trajetória do ensino de texto em nosso país (GERALDI, 1984; CORDEIRO; ROJO, 2010). Em seguida, foram descritos os tipos de correção textual e o que o ato de corrigir e avaliar significam (RUIZ, 2010), tomando como presumido que correção é uma parte do processo de avaliação e, portanto, mediadora do processo de ensinoaprendizagem (CARVALHO, 2018; GOMES, 1999). Também nesse capítulo foi trabalhada a noção de erro e inadequação (PYM, 1991), uma terminologia criada para o campo dos estudos da tradução, deslocando-a para os interesses deste trabalho. Presente no segundo capítulo está o conceito de corrigir enquanto um processo metalinguístico, e, por consequência, tecnológico (AUROUX, 1992), ou seja, que exige uma espécie de estruturação, ou planificação (CUPANI; 2011; PINTO, 2005; BUNGE, 1985). Esse conceito de metalinguagem (JAKOBSON, 1980; BENVENISTE, 1989), aqui defendido como tecnológico, também norteou o trabalho com os tipos de correção na análise dos textos no que concerne à reflexão sobre quais tipos poderiam ser mais suficientemente produtivos para o estudante e levarem a um possível desenvolvimento da metalinguagem, o que julgamos ser imprescindível para o desenvolvimento das habilidades necessárias à boa produção textual. Esse capítulo também apresentou o porquê de entendermos os gêneros textuais como uma forma de tecnologia (BAZERMAN, 2011; SWALES, 1990). O capítulo de número três descreveu o percurso metodológico, além do corpus, que é composto por quatorze textos, divididos em dois grupos: escritas e reescritas da mesma versão. Os textos, de diversos gêneros textuais que fazem parte do universo escolar, pertencem ao banco de dados Digitus e foram verificados quantitativamente e qualitativamente. Depois de transcrever os textos da primeira e da segunda versão escritas pelos estudantes, comparamos o que foi corrigido pelo corretor na primeira versão, o que foi corrigido ou não pelo estudante na segunda versão, os tipos de correções utilizados por aquele, além de descrever se o que foi corrigido pertence à categoria dos erros ou à categoria das inadequacões. Os resultados indicam que não é necessariamente o tipo de correção realizado que efetivamente faz diferença no aprendizado, mas o que o aluno faz com a correção a qual recebe. Há momentos em que o estudante não achou suficientemente produtivas as intervenções que recebeu, utilizou sua autonomia e fez as alterações necessárias a seu modo. Além disso, podemos concluir que o aluno não necessariamente internaliza uma regra ou melhora sua escrita apenas porque há correção em sua reescrita textual.