Regulação do desenvolvimento e resposta imune de lagartas de Diatraea saccharalis (Fabricius) (Lepidoptera: Crambidae) por Cotesia flavipes (Cameron) (Hymenoptera: Braconidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Lopes, Carolina Schultz
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11146/tde-16092008-161549/
Resumo: Cotesia flavipes (Cameron) (Hym.: Braconidae), como outros cenobiontes, é capaz de regular seu hospedeiro, criando um ambiente que sustenta e promove o desenvolvimento de suas larvas, comumente em detrimento do hospedeiro. Substâncias derivadas do trato reprodutivo das fêmeas (proteínas ovarianas, veneno e polidnavírus) são injetadas no hospedeiro, afetando a resposta imune e outros processos fisiológicos com o propósito de regular os níveis hormonais, nutrição e comportamento. O presente trabalho teve por objetivo avaliar o papel dessas substâncias no crescimento e desenvolvimento de Diatraea saccharalis (Fabricius) (Lepidoptera: Crambidae), e avaliar como o parasitismo afeta a resposta imune do hospedeiro. Todas as substâncias derivadas da fêmea foram obtidas após a dissecação do parasitóide, através da coleta do reservatório de veneno ou dos ovários (proteínas ovarianas e polidnavírus) em tampão resfriado. As secreções foram processadas adequadamente e injetadas logo após a coleta. O veneno e as proteínas ovarianas + polidnavírus (PDV) foram injetados juntos ou separadamente em lagartas entre 0-12h do 6º instar. O efeito de cada um dos componentes isolados do parasitóide no desenvolvimento e crescimento do hospedeiro foi avaliado através de observações no ganho de peso, duração e viabilidade da fase larval e pupal. Os efeitos do parasitismo na resposta imune do hospedeiro foram avaliados tanto ao nível celular, através da contagem do número total de hemócitos e capacidade de encapsulação, como ao nível bioquímico, medindo-se a ativação da profenoloxidase e produção de óxido nítrico na hemolinfa das lagartas de D. saccharalis em diferentes estágios de desenvolvimento do parasitóide (0, 1, 3, 5, 7 e 9 dias após o parasitismo). As proteínas ovarianas do parasitóide e o PDV sozinho, ou co-injetado com o veneno, suspenderam o desenvolvimento larval do hospedeiro, enquanto que o veneno, sozinho, afetou o processo de metamorfose. A resposta imune do hospedeiro também foi afetada por C. flavipes, de maneira dependente do tempo. Lagartas parasitadas apresentaram declínio no número total de hemócitos a partir do 3º dia e a capacidade de encapsulação foi afetada ao longo do desenvolvimento do parasitóide. A atividade da fenoloxidase do hospedeiro foi alterada apenas no final do desenvolvimento imaturo do parasitóide, enquanto que o óxido nítrico foi afetado nas 24 h iniciais após parasitismo.