Narrativa-rede: entre o sonho e a criação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Isoda, Nara Mitiru de Tani e
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Art
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/93/93131/tde-11042023-130213/
Resumo: Esta narrativa-rede trata de uma investigação que se voltou para a exploração de diversas maneiras de se pensar e trabalhar com os sonhos em sua relação com a criação. Ela foi tecida através da pesquisa de concepções de sonho, de artistas que o tiveram como tema ou elemento disparador de sua obra, e no desenvolvimento de um processo de criação da própria pesquisadora. As redes simbolizam os instrumentos de coleta e pescaria-imantação dos materiais desta pesquisa, bem como os encontros empreendidos ao longo do tempo e os lugares de dormir e sonhar. Foi objetivo da pesquisa: estudar o universo onírico a partir de uma abordagem transdisciplinar, evocando-se noções de dicionários, psicanalíticas e de alguns grupos indígenas, o que possibilitou pensar o sonho em suas dimensões clínica, criativa, coletiva e poética. Compreendido como um gesto clínico de cuidado da psique sonhadora, o sonho foi também abordado a partir do estudo de algumas ritualísticas indígenas coletivas e entendido como um gesto criativo e poético por si só. Buscou-se pesquisar artistas, criadores, autores que fizeram trabalhos na relação com os sonhos. O que criaram? Como desenvolveram os seus métodos e técnicas para acessar os conteúdos inconscientes? Como estes materiais foram registrados, de que maneiras e por meio de que materiais? Como se deu a relação entre os registros escritos e imagéticos? O processo de criação foi construído a partir de narrativas oníricas e para isso a pesquisa envolveu uma coleta de sonhos próprios e de terceiros. Como resposta às cartas e convite aos sonhadores, estes enviaram seus registros por e-mail à pesquisadora, que teve os seus próprios sonhos anotados em diários. A partir desse material, foram criados diversos objetos: cadernos de sonhos, desenhos, ilustrações, pinturas, fotografias, objetos de cerâmica, camas, travesseiros, datiloscritos e manuscritos com uma caligrafia inventada, a caligrafia onírica. O método cartográfico possibilitou esse plano da experiência, desviando de um sentido único para a experimentação, em direção a múltiplas entradas e percursos, de modo que o objeto estudado - os sonhos e os processos de criação a partir deles - fossem tanto objetos de estudo quanto produtos desta pesquisa. Em tempos de pandemia, foi nítida a proliferação da discussão em torno da importância do sonhar na coletividade. Todo o processo de criação se fez na interface entre as artes e a clínica. A clínica foi praticada aqui como abertura de espaços-tempos nos quais se instauram, na relação entre as pessoas, possibilidades de cuidado, de criação e de vida.