Concepções de corpo na Assíria do primeiro milênio AEC: entre materialidade e textualidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Ranieri, Leandro Penna
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-23112018-123812/
Resumo: O objetivo desta pesquisa é examinar e compreender as concepções de corpo na Assíria do fim do século VIII e do século VII AEC, a partir da análise de fontes palacianas imagéticas e textuais. As primeiras são compostas pelos relevos dos palácios dos reis Senaqueribe (704- 681) e Assurbanipal II (669-627) em Nínive (no atual nordeste do Iraque). As segundas são Inscrições Reais, Tratados e Juramentos, Cartas e textos literários, sendo que todos esses gêneros têm como eixo de produção os palácios assírios. Os relevos são placas de pedra com esculturas em baixo relevo, que foram utilizadas nas paredes dos palácios assírios a partir do final do segundo milênio AEC. Esse uso foi continuado por todo o período denominado Neoassírio ou Tardo Assírio (934-610 AEC), expondo imagens de pessoas, animais, plantas, paisagens e arquiteturas. A configuração desses elementos figurativos expressa cenas de narrativas espaciais por meio de imagens. A disposição orquestrada dos relevos nas paredes dos palácios evidencia potenciais modos de percepção das imagens pela movimentação nos ambientes palacianos. A recorrência da expressão do corpo nos relevos suscita uma perspectiva atenta à materialidade, à relação entre as imagens do corpo e aos modos de percepção e contato com esses objetos no período. A presença constante de expressões corporais em textos neoassírios também constitui um tratamento ao corpo através da linguagem. Considerando a complementaridade entre fontes imagéticas e escritas no período e o fato de as concepções de corpo poderem estar expressas em textos e imagens, qual é o lugar e o uso do corpo neste período? Como o corpo aparece nos relevos e textos palacianos? Quais aspectos materiais dos relevos constituem os indícios da concepção de corpo? Como as imagens do corpo e as expressões corporais escritas indicam suas concepções?