Expressão de fatores de transcrição relacionados à pluripotência de células-tronco na progressão do carcinoma ex-adenoma pleomórfico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Sedassari, Bruno Tavares
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/23/23141/tde-03112016-195303/
Resumo: O adenoma pleomórfico (AP) é a neoplasia mais frequente das glândulas salivares e a sua transformação maligna em um carcinoma ex-adenoma pleomórfico (CXAP) é um evento incomum que ocorre em menos de 10% dos casos. O CXAP é tipicamente uma neoplasia infiltrativa, de alto grau e associada com metástase linfonodal no momento do diagnóstico. Acredita-se que a patogênese do CXAP tenha como base o acúmulo de alterações genéticas em APs de longa duração. Evidências recentes têm demonstrado que neoplasias podem conter subpopulações de células raras, com capacidade de auto-renovação e potencial proliferativo indefinido, as chamadas células-tronco neoplásicas (CTN). As CTN parecem estar envolvidas nos processos de iniciação e progressão neoplásicas, assim como metástases e resistência terapêutica. O objetivo deste trabalho foi avaliar a expressão imuno-histoquímica, tanto nas áreas benignas quanto nas malignas, dos fatores de transcrição relacionados à pluripotência de células-tronco Bmi-1, SOX2 e Nanog em CXAPs em fases precoces (7 intracapsulares e 3 minimamente invasivos) e avançada (14 francamente invasivos) de progressão histológica. A análise dos resultados de imuno-histoquímica foi realizada de maneira semi-quantitativa de acordo com o escore 0 (ausência de células positivas), 1 (<30% de células positivas), 2 (30-60% de células positivas e 3 (>60% de células positivas). Correlacionou-se, ainda, esses resultados com parâmetros anatomopatológicos de agressividade neoplásica através do teste Exato de Fisher. A parótida foi a glândula mais acometida em ambos os grupos (62,5%), e homens e mulheres foram igualmente acometidos. A média de idade foi 61,1 anos. No grupo de CXAPs precoces, Bmi-1 foi expresso no componente carcinomatoso de todos os casos e em escassas células das áreas benignas de 1 caso. O fator SOX2 foi expresso pelas células carcinomatosas em 90% desses casos e em escassas células do AP residual de 1 caso. Já Nanog foi expresso apenas no componente maligno de 60% dos casos. Por outro lado, Bmi-1 foi expresso nas áreas malignas de 71,4% dos CXAPs avançados e em ocasionais células da área benigna de 1 caso. O AP residual de nenhum caso desse grupo foi positivo para SOX2 e Nanog, que foram expressos pelas áreas malignas em 92,8% e 35,7% dos casos, respectivamente. Assim, notou-se queda na expressão de Bmi-1 e Nanog na progressão do CXAP. Ainda, a expressão de SOX2 parece correlacionar-se com necrose neoplásica (p=0,06) e metástase linfonodal ao diagnóstico (p=0,08), entretanto a amostra estudada parece pequena para evidenciar esse dado estatístico. Concluiu-se que Bmi-1, SOX2 e Nanog são superexpressos na transformação maligna do AP. Entretanto, Bmi-1 e Nanog aparentemente não exercem função determinante no processo de progressão neoplásica, ao passo que SOX2 parece contribuir com o processo de metástase em CXAP.