Estudos metabolômicos de espécies brasileiras de Orchidaceae

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Godinho, Camila Capel
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/60/60138/tde-01072022-092640/
Resumo: A metabolômica propõe um estudo integrativo, utilizando ferramentas clássicas e inovadoras para a mineração de dados e rápida anotação de compostos. A família Orchidaceae é uma das mais fascinantes devido à sua diversidade ecológica, mas também possui vasto uso medicinal no sudoeste asiático, Índia, China, Japão, Europa, África e Américas. No entanto, há poucos estudos sobre as orquídeas brasileiras, sendo interessante trazer um novo olhar para essas em um contexto biológico, ecológico e farmacológico. Portanto, este trabalho teve como objetivo aplicar ferramentas metabolômicas inovadoras à 130 extratos de espécies de Orchidaceae com o intuito de investigar sua diversidade de metabólitos secundários e avaliar o potencial bioativo de seus extratos quanto a ação moduladora da produção de espécies reativas de oxigênio (ERO) por neutrófilos humanos, atividade antioxidante e citotoxicidade, correlacionando-os com os dados químicos obtidos e propondo possíveis classes e substâncias relacionadas às atividades. Os extratos de média-baixa e média-alta polares foram analisados por GC-MS e LC-MS/MS, respectivamente. A partir desses dados, foi realizado um estudo de otimização do processamento de dados e da construção da rede molecular, resultando em redes robustas, anotações de alta qualidade e mais de 1700 compostos anotados. Além disso, a rede molecular demonstrou uma tendência de distribuição de metabólitos em grupos taxonômicos, filogenéticos e filogenômicos, a qual foi também observada por HCA e PCA à nível de subfamília e entre as tribos Cymbidieae e Epidendreae, e nas análises de enriquecimento de classe, demonstrando as classes mais abundantes em cada grupo. Os estudos sobre o potencial ativo dos extratos analisados resultaram em 27 espécies com atividade antioxidante e 75 com ação modulatória na produção de ERRO, sendo que 14 espécies demonstraram ser duplamente ativas. As análises multivariadas indicaram as classes dos flavonóides-7-O-glicosilados, ácidos cumáricos e derivados, cumarinas glicosiladas, cromonas, ácidos hidroxicinâmicos, xantonas, sesquiterpenóides, triterpeno, acilglicosídeos graxos de mono e dissacarídeos e ácidos fenilpirúvicos e derivados como antioxidantes, e as classes dos 2\'-Hidroxichalconas, flavanonas 8-preniladas, peptídeos cíclicos, flavonoides -7-O-glicosilados, lignanas glicosiladas, acilglicosídeos graxos de mono e dissacarídeos, quinolinas carboxamidas, diterpenos, sesquiterpenos, dentre outros, como moduladores da produção de ERO por neutrófilos humanos. Este é o primeiro estudo que avalia mais de 100 espécies brasileiras de Orchidaceae, contribuindo para o conhecimento dessa família tão diversa, demonstrando que as orquídeas brasileiras podem ser muito mais que ornamentais, e sim detentoras de possíveis novos fármacos.