Descartes através de Elisabeth: uma investigação acerca do sistema cartesiano à luz das cartas sobre a união substancial

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Coelho, Rafael Teruel
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-29072021-184725/
Resumo: O cerne deste trabalho repousa sobre a análise de alguns elementos constitutivos da metafísica cartesiana, à luz do problema da união substancial. Isso se faz porque acreditamos que, em sua correspondência com Descartes, Elisabeth formula a referida problemática partindo das próprias bases teóricas do pensamento do filósofo. Tendo isso em vista, buscamos compreender, no interior do sistema cartesiano, quais foram os elementos teóricos utilizados pela princesa para apresentar sua questão ao autor das Meditações Metafísicas. No desenrolar de sua discussão com Descartes, a eleitora palatina, conhecedora das principais exigências da física mecanicista, afirma a necessidade de que a alma deveria possuir uma característica extensa que, embora não lhe fosse essencial, pudesse fazer com que ela movesse o corpo. Isso se dá porque, na perspectiva mecanicista, para que haja movimento, faz-se necessário que duas substâncias extensas se choquem. Ora, a alma, sendo essencialmente uma substância imaterial, jamais poderia chocar-se contra quaisquer substratos corpóreos, como a glândula pineal, por exemplo. Diante dessa problemática, à luz do trabalho de Lisa Shapiro (1999; 2007), cremos que Elisabeth da Boêmia tenha construído uma \"teoria materialista não redutiva da mente\", embora ela o faça valendo-se dos próprios textos de Descartes e de seus principais objetores, como Thomas Hobbes, Antoine Arnauld e Pierre Gassendi.