Análise de procedimentos utilizados em uma proposta de formação contínua de educadores em serviço para a construção de práticas inclusivas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Amaro, Deigles Giacomelli
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-23092009-145728/
Resumo: Esta pesquisa objetiva analisar os procedimentos utilizados em uma ação de formação contínua em serviço, cuja intenção é contribuir para que os educadores construam práticas inclusivas, a partir da identificação do quê, do como, do para quê são realizados e sua articulação com o por quê, isto é, com princípios de formação de orientação inclusiva. Para identificar esses princípios, como perspectivas teóricas, buscou-se a articulação interdisciplinar entre leituras sobre o tema da Educação Inclusiva e da Formação Contínua de Educadores em Serviço. Essas leituras se deram a partir do campo da psicanálise e suas contribuições para a área educacional; do construtivismo; da filosofia; da sociologia; da terapia ocupacional e da didática e da metodologia de ensino. Utilizou-se a metodologia qualitativa com estratégias de pesquisa-ação. O campo empírico foi uma ação de formação contínua em serviço desenvolvida no município de Mauá (SP). Foram registradas em audiovisual reuniões de planejamento, de avaliação e de atividades desenvolvidas em dois grupos de trabalho dessa ação em 2005, bem como, foram utilizados registros escritos que já faziam parte das atividades de rotina para análise do material empírico. A partir desse material, identificaram-se como procedimentos centrais: identificação de necessidades, planejamento, acolhimento, apresentação e discussão de temas específicos, análise de atividades e materiais, relato de experiências, retomada do encontro anterior, registro e avaliação. Verificou-se que esses procedimentos procuraram favorecer a mobilização dos sujeitos para a construção dos seus saberes textuais (MRECH, 2005), para lidarem com a diversidade de situações possíveis de serem vividas e realizarem práticas inclusivas. E, também, que eles procuraram ser realizados respeitando-se os princípios de constituição do sujeito educador; respeito e valorização da singularidade dos sujeitos; construção da autonomia; realização de atividades educacionais articuladas às possíveis necessidades e características dos sujeitos e contextos vividos; articulação teoria e prática; construção de atitudes e práticas construtivas, interdisciplinares, cooperativas, solidárias e de respeito mútuo. Todo referencial teórico estudado e, sobretudo, a contribuição da ética psicanalítica a esta pesquisa, indicam a importância de procedimentos educacionais não serem realizados de forma padronizada e que os efeitos que esses provocam em cada sujeito envolvido nas ações formativas não podem ser controlados. Indica também que um curso não pode, por si só, modificar os sujeitos envolvidos em curto prazo, se não houver o desejo deles para as mudanças. Assim, uma função importante a ser considerada nos procedimentos educacionais por aqueles que educam, é a de mobilizarem o desejo dos educandos e os seus próprios para a realização de processos de formação construtivos, criativos, flexíveis e inclusivos.