Influência do meio de conservação e efeito do tratamento de superfície na anquilose e na reabsorção de tecidos mineralizados após o reimplante de dentes avulsionados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Longo, Daniele Lucca
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/58/58135/tde-30082017-081033/
Resumo: O tratamento preconizado para dentes permanentes avulsionados devido a traumatismos dentários em crianças é o reimplante dental. Entretanto, sabe-se que o sucesso após o reimplante depende, especialmente, do tempo em que o dente permanece fora do alvéolo e do meio de conservação no qual o dente é armazenado. Nesse sentido, para que se tenha sucesso após o reimplante faz-se necessário que o dente seja imediatamente reimplantado e/ou seja mantido em um meio capaz de manter a vitalidade das células da superfície radicular. Se isso não for possível, o tratamento da superfície radicular deverá ser instituído com o objetivo de prevenir a reabsorção radicular. Dessa maneira, esta pesquisa teve como primeiro objetivo avaliar a influência de diferentes meios de conservação para dentes avulsionados, por meio de uma revisão sistemática, com a finalidade de estabelecer se há um consenso sobre o meio mais adequado para conservação capaz de prevenir sequelas como anquilose e reabsorção dentária. A seguir, o segundo objetivo desse estudo foi testar o Denosumab, um anticorpo monoclonal anti-RANKL, como substância para o tratamento tópico da superfície radicular, a fim de evitar a anquilose e a reabsorção dentária por substituição. Para tanto, foram utilizados 36 incisivos superiores direitos de ratos submetidos à extração cirúrgica, manutenção em meio extra-alveolar seco por 60 minutos e posterior reimplante. No grupo I, controle positivo, foi realizado o reimplante tardio sem tratamento de superfície; nos grupos II e III, grupos experimentais, previamente ao reimplante tardio foi realizado o tratamento da superfície radicular com solução de Denosumab a 60 mg/mL e a 30 mg/mL, respectivamente, por 10 minutos. Os canais radiculares dos animais dos três grupos foram preenchidos com pasta à base de hidróxido de cálcio, via retrógrada, e em seguida os dentes foram reimplantados. Decorridos 15 e 60 dias do reimplante, os animais foram submetidos à eutanásia e as peças, contendo dente e osso, foram removidas para o processamento histotécnico. A seguir cortes histológicos foram realizados, corados por hematoxilina e eosina (HE), para descrição das características da superfície dentária e do ligamento periodontal e para mensuração do comprimento (perímetro) da anquilose e/ou reabsorção por substituição e das áreas de reabsorção dentária, em microscopia de luz e, para mensuração da área do ligamento periodontal, em microscopia de fluorescência. Espécimes sequenciais foram analisados por meio de coloração de Brown & Brenn modificada para identificação de micro-organismos e imunohistoquímica para identificação dos marcadores RANKL, OPG e Periostina (PRT). As análises foram realizadas de forma descritiva e quantitativa. Dados quantitativos foram submetidos à analise estatística por meio do teste paramétrico ANOVA de uma via e pós-teste de Tukey e dos testes não-paramétricos de qui-quadrado e exato de Fisher, com nível de significância de 5%. Ao final da revisão sistemática da literatura pudemos concluir que não há evidência para estabelecer qual o melhor meio de conservação para dentes avulsionados. Dentre os meios que foram encontrados estão a água de coco, água da torneira, leite de soja, leite integral, solução salina, saliva, própolis, soro fisiológico, solução Euro-Collins, solução salina balanceada de Hanks (HBSS) e Viaspan®. Ainda que esta revisão tenha sido conduzida em modelo animal experimental, a baixa qualidade dos estudos bem como a sua heterogeneidade indicam que a extrapolação para humanos deva ser cautelosa. No estudo experimental em modelo animal, o tratamento de superfície com Denosumab a 60 mg/mL preveniu a anquilose, a reabsorção por substituição e a reabsorção dentária, após 60 dias, comparado com o grupo sem tratamento. A coloração de Brown & Brenn evidenciou uma menor contaminação nos tecidos mineralizados quando do tratamento de superfície com Denosumab, independente da concentração utilizada. Com relação à imunohistoquímica, o tratamento com Denosumab inibiu a síntese de RANKL sem modular OPG. A Periostina foi observada no ligamento periodontal dos dentes reimplantados. Porém, essa marcação estava ausente nas áreas de anquilose, em ambos os períodos experimentais, indicando que durante o processo de anquilose a síntese de periostina é inibida, o que resulta na fusão do osso à superfície radicular.