O curso de especialização para o ensino de cegos do Instituto Caetano de Campos e o método de Decroly no ensino de matemática (1945-1966)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Marques, Josiane Acácia de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-14072021-170449/
Resumo: A pesquisa de doutorado buscou compreender como foi instituído o curso de Especialização para o Ensino de Cegos no Instituto Caetano de Campos em São Paulo, em vigor de 1945 a 1966, e quais eram os métodos de ensino prescritos para a educação matemática de pessoas cegas. O corpus documental utilizado é constituído por documentos escolares, jornais, revista de ensino, documentos oficiais, fotografias, manuais pedagógicos, biografias, autobiografias, relatórios, correspondência, entre outras fontes documentais dos acervos do Arquivo da Escola Caetano de Campos, do Centro de Memória Dorina Nowill, da Hemeroteca Digital Brasileira e do Repositório Institucional da Universidade Federal de Santa Catarina. A análise foi feita sob a ótica da história cultural, a partir dos conceitos de circulação, apropriação, cultura escolar, histórias conectadas e rede de sociabilidade. O estudo permitiu construir uma narrativa histórica que considerou as conexões estabelecidas entre os sujeitos históricos e a escolarização de crianças cegas neste período. O cotejo das fontes identificou apropriações do método Centro de Interesse, idealizado por Ovide Decroly, nas orientações para o ensino de matemática aos alunos cegos. Este método considera o ensino ativo, lúdico e a partir do interesse da criança. Iniciava-se de uma situação-problema de necessidade cotidiana. Segue a tríade de ensino: Observação de objetos e/ou fenômenos; Associação do conhecimento prévio ao novo conhecimento; Expressão da criança sobre os conceitos aprendidos. Para as atividades, era indicado o uso de recursos didáticos com dupla finalidade: propor a experiência ao aluno e a leitura dos objetos por meio dos outros sentidos sensoriais. Era prescrito o ensino de conceito de número e de cálculo antes do uso de contadores mecânicos como o cubarítmo e o soroban. A catedrática responsável pela orientação matemática era a professora Zuleika de Barros Martins Ferreira, entusiasta do movimento da Escola Nova. Suas ideias foram apoiadas por Carolina Ribeiro e difundidas na década seguinte por Dorina Gouvêa Nowill. Essas prescrições para o ensino da disciplina vulgarizaram nas práticas de especialistas no ensino de pessoas cegas e os indícios estão presentes em nossa cultura escolar na atualidade.