Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2009 |
Autor(a) principal: |
Lanza, Lara de Faria |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22131/tde-19022009-141630/
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Resumo: |
Há algumas décadas atrás o câncer infantil era considerado uma doença fatal. A partir do desenvolvimento de técnicas cirúrgicas, da quimioterapia e da radioterapia, gerando um aumento no número de crianças que sobrevivem ao câncer, vem ocorrendo um direcionamento da atenção para o viver com câncer, assim como para as necessidades psicossociais da criança curada. O presente estudo teve por objetivo compreender, através de uma análise fenomenológica, a visão de futuro da criança em etapa final de tratamento de câncer. Optou-se pela modalidade de pesquisa qualitativa, na perspectiva da Fenomenologia na ótica de Yolanda Forghieri, para a compreensão das situações vivenciadas. Foram realizadas seis entrevistas com crianças entre oito e treze anos, em retorno ambulatorial com a seguinte questão norteadora: Agora que você está finalizando seu tratamento, eu gostaria que você me contasse o que pensa em relação ao seu futuro As entrevistas foram gravadas e transcritas na íntegra, seguida de uma leitura ampla para apreensão de unidades de significado. A partir das convergências e divergências das unidades de significados encontradas nos relatos, emergiram as categorias de análise. A análise interpretativa desvelou que quando o tratamento está terminando e a criança já se encontra sem os sintomas da doença, ainda permanecem por algum período, as antigas referências utilizadas na época do tratamento. Temporalizam o passado, sobre o que já viveram e fazem previsões do que poderá acontecer no futuro, rememorando o período do tratamento. Expressam o desejo de retomar sua aparência física anterior, suas atividades que foram interrompidas ou dificultadas pela doença. Demonstram a importância dos vínculos afetivos em sua vida, a sua relação com o mundo humano. No entanto, em alguns momentos as crianças saem do papel de doentes para serem os cuidadores de seus cuidadores, de seus pais. Quando realmente sentem-se estandono- mundo as crianças vivenciam um libertar-se de um tratamento sofrido, sentindo-se capazes de lançar-se ao futuro. Ao longo de todo esse processo elas defrontam-se com o paradoxo vida e morte e conseguem manter uma visão positiva de futuro, almejando a retomada do projeto de vida saudável com sua amplitude de possibilidades. Trazem a presença de Deus como fonte de apoio e superação. Conclui-se que o adoecer com câncer é um processo gerador de dor e sofrimento para a criança e para seus familiares, mas desvela outras facetas da realidade, possibilitando novos olhares acerca dos recursos de enfrentamento das crianças, ampliando os horizontes de intervenções na área da saúde. |