Preservação do rebordo alveolar e gengiva ceratinizada utilizando matriz dérmica de colágeno e substituto ósseo inorgânico em extrações sem retalho. Uma série de casos de biomaterial exposto ao meio bucal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Souza, Mariana Moraes de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/58/58132/tde-06122022-182702/
Resumo: Os processos fisiológicos envolvidos na cicatrização de um alvéolo após a extração dentária, causam remodelação óssea e consequente alterações dimensionais do alvéolo, que envolvem tanto o tecido duro como o tecido mole. A técnica de preservação de rebordo alveolar (PRA) foi proposta para reduzir a reabsorção óssea após a exodontia. O objetivo deste estudo foi avaliar, clínica e radiograficamente, as alterações dimensionais de tecido duro e mole após extração dentária, em sítios tratados com técnicas de PRA com e sem retalho total, com a utilização de uma matriz dérmica colágena (MDC) e enxerto de osso bovino inorgânico (EOBI). Sete pacientes com indicação de extrações de dentes incisivos/pré-molares com necessidade de PRA dividiram-se aleatoriamente entre os dois grupos experimentais. Grupo 1 (G1): PRA sem retalho total, associando EOBI (cerabone®) com MDC (mucoderm®). Grupo 2 (G2): PRA com retalho total, associando os mesmos biomateriais. Nos dois grupos a MDC foi deixada exposta ao meio bucal. As avaliações clínicas e de tomografia computadorizada de feixe cônico de tecido mole (TCFC-TM) foram realizadas em 1 semana e 4 meses após a PRA. Avaliação de dor e desconforto através da escala visual analógica (EVA), questionários de avaliação de ferida e cicatrização também foram realizados. Os dados foram agrupados e apresentados como médias e desvios padrão. O teste-U de Mann-Whitney foi usado para identificar possíveis diferenças entre os grupos. Não ocorreram complicações nos alvéolos tratados. As TCFC-TM foram sobrepostas para que as medidas lineares ocorressem na mesma posição. Houveram mudanças nas dimensões horizontal e vertical do alvéolo entre inicial e 4 meses após PRA. As médias de reabsorção vertical e horizontal foram G1: 0,6mm G2: 0,8mm e G1: 0,8mm G2: 0,5mm, respectivamente. Nos tecidos moles, houve redução média na altura da gengiva ceratinizada de G1: 0,02mm e G2: 0,9mm e na altura do rebordo alveolar de G1: 0,6mm e G2: 0,4mm. A espessura da gengiva ceratinizada aumentou em G1: 0,4mm e reduziu em G2: 0,1mm. Já na espessura de tecido mole na TCFC-TM houve reabsorção média de G1: 0,5mm e G2: 0,9mm. De todos os parâmetros avaliados, apenas a EVA dos 7 dias apresentou diferença estatisticamente significante entre os grupos, com menores índices de dor e desconforto para o G1(P=0,03). A espessura da cortical óssea vestibular foi semelhante entre os grupos. Embora sem diferenças significativas, o G1 demonstrou resultados mais favoráveis quando comparado ao G2. O presente estudo demonstrou que a PRA limitou as alterações verticais e horizontais do alvéolo tanto em tecido duro quanto mole. No entanto, foi incapaz de preservá-lo completamente, independente da técnica cirúrgica empregada e da exposição dos biomateriais. A PRA sem retalho (G1) parece ter resultados mais favoráveis em limitar as alterações dimensionais quando comparado a técnica com retalho. A dor e desconforto foram significativamente menores na técnica sem retalho. Apesar da amostra limitada, os dados foram capazes de sugerir influência positiva da PRA sem retalho com associação de EOBI e MDC deixados intencionalmente expostos.