O que faz o professor de ciências ao conduzir uma sequência didática investigativa? Um estudo de caso sobre o papel do professor de ciências no contexto da reforma curricular do município de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Oliveira, Isabela Castro de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/81/81133/tde-23092024-094413/
Resumo: Nesta pesquisa investigamos como as ações docentes compõem o papel do professor de ciências ao longo da condução de uma sequência didática investigativa desenvolvida em uma turma de 7º ano de uma escola municipal de São Paulo. A pesquisa ocorreu num contexto de reforma curricular de adequação às diretrizes da BNCC, que gerou a produção de documentos curriculares na área de ciências da natureza alinhados ao objetivo da alfabetização científica e ensino por investigação. A partir de um estudo de caso, analisamos uma sequência didática investigativa (SDI) do material curricular do Caderno da Cidade de Ciências Naturais sobre locomoção dos seres vivos e as aulas em que o professor desenvolveu a sequência didática com os alunos em sala. Para isso, foram feitas análises do Caderno da Cidade e de transcrições de episódios de gravações das aulas. Utilizamos a ferramenta de diagnóstico dos elementos do EnCI (DEEnCI) para a análise do Caderno da Cidade e para os episódios selecionados das aulas. As ações docentes dos episódios foram analisadas utilizando categorias de movimentos epistêmicos. Nossos resultados mostraram que a SDI se caracteriza como uma investigação de exploração e contempla diversos elementos do EnCI. Os movimentos epistêmicos realizados pelo professor estabeleceram uma abordagem comunicativa que gerou uma espiral do ensino, alternando comumente entre a abordagem interativa dialógica, interativa de autoridade e não interativa de autoridade. A presença dos elementos do EnCI nas aulas influencia o grau de abertura da atividade aos alunos e os movimentos epistêmicos ampliam ou restringem a liberdade intelectual dos alunos na realização das práticas epistêmicas. O professor se encontra na interface entre o currículo prescrito e o currículo em ação e a complexidade de seu papel está em responder a essas duas instâncias curriculares em sala de aula, atendendo às demandas do EnCI e das circunstâncias que se apresentam no cotidiano da sala de aula. Ao agir por meio do currículo, diante das possibilidades de autonomia que encontra, o professor desenvolve sua agência docente.