Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Guerra, Gleice Regina |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100140/tde-23062023-140017/
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Resumo: |
Responsabilidade social corporativa (RSC) é o tema central desta pesquisa, que se baliza pelo problema de compreensão de quais são a abordagem e as práticas sociais de empresas com atividades características de turismo (ACT). A RSC é estudada há mais de 70 anos, mas a aplicação ao turismo despontou a partir de 2010, sendo demandadas mais pesquisas. O caráter estratégico da RSC tem relevância por compreender empresas e sociedade como partes interdependentes, com possibilidades de benefício mútuo, ações estruturadas na conciliação de interesses, perenidade e efetividade para atender demandas sociais que, ao mesmo tempo, se mostram como gargalos para o desempenho empresarial. A ótica de empresas brasileiras de turismo ainda não tinha sido explorada, tampouco seu caráter de alinhamento ao desenvolvimento do turismo, analisado. Negócios de turismo têm características distintivas por trabalharem com um produto que, em última instância, inclui atributos dos destinos turísticos operados. Eles, por sua vez, contêm em sua composição de atratividade sua população residente, que exerce diversos papéis e funções na recepção do turista. Assim, a complexidade do produto rebate no alinhamento estratégico de ações de RSC, que podem comportar contornos de destination social responsibility, quando considerados stakeholders de empresas de turismo. Com o objetivo de investigar como empreendimentos com ACT abordam RSC e suas práticas, a opção foi trabalhar com empresas listadas pela bolsa de valores brasileira, compondo uma amostra teórica de elite: são empresas que, por seu porte e estrutura, além de visibilidade, obrigações de disclosure e pressões por accountability, teriam potencialmente iniciativas mais qualificadas. Foram identificadas dez empresas e coletadas informações disponibilizadas eletronicamente em abril de 2021, perfazendo mais de 200 documentos oficiais e de comunicação institucional. Esse material foi submetido a um refinamento de critérios e categorização para analisar qualitativamente a RSC, com uma perspectiva interpretativa, incluindo o discurso das empresas e 98 iniciativas relatadas. Os resultados mostraram gaps de reporting e divulgação, desde volume de recursos até critérios de seleção de instituições beneficiárias e avaliação de resultados. Em geral, as empresas da amostra têm compreensão restrita de RSC, práticas difusas e reativas, com baixo ajuste ao discurso e restrito alinhamento ao negócio, concentradas em ações no entorno de suas sedes. Contribuições teóricas deste estudo incluem a classificação de abordagens de RSC quanto a seus objetivos e tipos, objetos e sujeitos da relação com as empresas; levantamento e análise de publicações de RSC e turismo; elaboração de um cenário conceitual que caracteriza o destino turístico como componente dos produtos de empresas com ACT e sua população residente como um stakeholder multifacetado; estabelecimento de uma linha de base pré-covid de RSC em uma amostra de elite; e desenho técnico-metodológico para confrontar o discurso e as práticas de RSC de empresas, discutindo seu alinhamento ao negócio. Contribuições às empresas de turismo e sua gestão da RSC incluem análise das fragilidades dos códigos de conduta setoriais do turismo brasileiro; indicação de oportunidades, temas sociais e agendas de RSC no turismo; avaliação das iniciativas de empresas consideradas de elite e discussão de formas para aprimorá-las |