Coreutas de Barão Geraldo: uma transversal do Teatro de Grupo no distrito de Campinas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Santos, Valmir Jesus dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27156/tde-31082009-100856/
Resumo: Esta dissertação circunscreve os mecanismos de organização e criação de três grupos teatrais radicados no distrito de Barão Geraldo, Campinas, SP. Os dados são coletados a partir de observações, anotações de campo e entrevistas. Como forma narrativa, procuramos colocar em relevo a subjetividade entredita nos discursos e práticas. Retraçamos o percurso histórico do lugar e dos três grupos eleitos para a análise: o Lume Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas Teatrais, a Boa Companhia de Teatro e o Barracão Teatro. A partir dessas trajetórias, descortinamos um panorama bastante peculiar do fazer artístico em território de reminiscências rurais, outrora ocupado por fazendas de café e de cana-de-açúcar, entre os séculos XIX e XX, e convertido à modernidade com a chegada do campus da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), na década de 1960. A maioria dos atores-criadores estuda ou ministra aula no Departamento de Artes Cênicas do Instituto de Artes. Primeiro como laboratório de movimentos corporais, depois como núcleo, o Lume é vinculado à instituição e, após anos de reivindicação, obtém infraestrutura razoável para manter-se. Boa Companhia e Barracão Teatro seguem caminhos independentes, mas seus profissionais também têm a universidade como referência. Os artistas fundam e sistematizam uma rigorosa pesquisa voltada à arte de ator contemplada em diferentes linhagens, como a máscara, o clown e a mimese corpórea. Seus processos transparecem uma deontologia para o ofício que abraçam. Os três grupos possuem sedes em Vila Santa Isabel. Atualmente, somando outros bairros de Barão Geraldo, existem pelo menos mais 12 coletivos em atividade. Eles sintonizam a crescente produção do Teatro de Grupo no Brasil, a partir dos anos 1990, cuja tônica são os chamados espetáculos experimentais gerados em modo colaborativo e fomentados por políticas culturais que valorizam a cidadania. A contradição evidente dessa cultura de grupo, no distrito, é a extrema dificuldade em cativar o espectador vizinho, os ditos nativos, que também se autoexcluem por associar o teatro à UNICAMP, herança do choque socioeconômico de sua implantação. Isso relativiza a vitória artística e chama aos desafios da vida artística em comunidade.