Uso de serviços de saúde em São Paulo: ecologia do cuidado em saúde

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Alves, Demian de Oliveira e
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6143/tde-28112018-111728/
Resumo: Introdução: A análise do uso de serviços de saúde é fundamental para o planejamento sanitário e tem grande contribuição dos inquéritos de saúde de base populacional, com destaque ao ISA CAPITAL, no Município de São Paulo (MSP). Os inquéritos provem informações privilegiadas para a compreensão das mudanças epidemiológicas e organização dos serviços de saúde, principalmente quando se reconhece o posicionamento da Atenção Primária à Saúde (APS) como eixo central organizador do sistema. A expansão da Estratégia de Saúde da Família (ESF), no Sistema Único de Saúde (SUS) nos estado e município de São Paulo, devido às terceirizações da gestão da saúde, por meio de Organizações Sociais de Saúde (OSS), evidencia, neste sentido, o fundamental papel regulatório do Estado. Objetivo: Descrever o uso de serviços de saúde no município de São Paulo e analisar os fatores associados. Método: Foram utilizados dados do ISA CAPITAL 2015, inquérito de saúde de base populacional, de corte transversal, com amostra representativa do Município de São Paulo (MSP). A análise foi realizada em função dos indicadores de utilização dos serviços e sua tipologia foi apresentada em quadro de prevalências de eventos por 1.000 pessoas por mês e comparada com estudos de \"Ecologia do cuidado\". A análise estatística consistiu em modelos de regressão logística multivariados para avaliar fatores associados ao desfecho de utilização de algum serviço de saúde nos 30 dias anteriores a entrevistas e estratificado por faixa etária. Resultados: Os fatores sociodemográficos estudados, sexo, faixa etária, situação conjugal, raça ou cor de pele, escolaridade, situação de trabalho e posse de plano de saúde são associados à prevalência de doenças crônicas, e apenas raça ou cor de pele não estiveram também associados à autoavaliação de saúde. O uso de serviços de saúde nos últimos 30 dias foi de 31,4%, sendo os serviços mais utilizados consultórios ou clínicas e UBS. O tipo de serviço utilizado foi associado à posse de plano de saúde e ao tipo de atendimento e há uma tendência de utilização do tipo de serviço habitual. A tipologia de uso de serviços de saúde no MSP teve diferenças constatadas com outros países e cidades por influência da organização do sistema de saúde e fatores socioculturais. Foi associado ao uso de serviços de saúde: sexo feminino, ser idoso, posse de plano de saúde, autoavaliação da saúde como \'ruim\' e possuir alguma doença crônica, em concordância com achados da literatura. Na estratificação por faixa etária o único fator que persiste em todas as faixas estudadas foi possuir alguma doença crônica. Conclusões: O fortalecimento do SUS no MSP com a aposta na APS, como organizadora do sistema, precisa considerar a coexistência de serviços públicos e privados, bem como a alta prevalência de doenças crônicas. Tais fatores determinam diferentes tipologias de uso de serviços de saúde e, portanto, devem ser levados em consideração para o planejamento em saúde em geral, para os marcos regulatórios das OSS e para a distribuição de serviços.