Humanização da assistência materno-neonatal: uma contribuição à sua implantação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Araújo Moraes, Sandra Dircinha Teixeira de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6132/tde-09062021-182155/
Resumo: Introdução: O presente trabalho analisou as condições estruturais de trabalho do Hospital Maternidade Interlagos e seu Ambulatório sob a ótica do profissional , as concepções dos sujeitos sobre a humanização da assistência e o caráter coletivo deste trabalho visando propor mudanças no modo de atendimento. Metodologia: A técnica de MARIOTTI (2000) foi utilizada para a avaliação do clima organizacional, observação direta do cotidiano de trabalho em setores distintos da instituição,28grupos focais e 67 entrevistas em profundidade com profissionais de todas as categorias e analisadas segundo LEFEVRE e LEFEVRE (2000). Resultados e Discussão: a Pesquisa do Clima Organizacional evidenciou: conformismo: alto (71%), mediano (16%) e baixo (13%); responsabilidade: pouca ou nenhuma (72%), mediana (21%) e alta (7%); motivação: pequeno (66%), mediano (20%) e grande (14%); recompensas: pequeno (74%), mediano (19%) e alto (7%); verticalidade: alto (58%), mediano (35%) e baixo (7%); horizontalidade: excessivo (35%), satisfatório (58%) e baixo (7%). Os médicos foram os profissionais que ofereceram maior resistência e os auxiliares de enfermagem os que mais colaboraram no processo de humanização da assistência. Quanto a violência institucional, a comunicação insatisfatória entre as lideranças, entre estas e os demais profissionais, estrutura física e equipamentos de trabalho inadequados foram fatores relevantes. O alto nível de conformismo sinalizou a intensidade da resignação do cliente interno, uma postura pessimista e negativa.Como conseqüência da deficiência de delegação de responsabilidades por parte da instituição observou-se: falta de dedicação, por insatisfação pessoal; os problemas não resolvidos eram com freqüência ignorados mas sempre voltando agravados e, significativo absenteísmo setorial, sobretudo nas áreas de maiores demandas. As deficiências de motivação e comprometimento compartilhado sinalizou o baixo nível de comprometimento com conseqüentes surgimentos de compartimentos estanques (\"ilhas\" organizacionais); aumento da resistência a ações e práticas novas, no caso implantação/implementação da Humanização da Assistência Materno-Neonatal e a incorporação de novos membros; As chefias se desinteressavam muito pela vida pessoal dos funcionários e observou-se incremento dos boatos e intrigas de corredor. Provavelmente devido o pequeno nível de recompensas observou-se na instituição uma atmosfera de impessoalidade e queda da doação espontânea de feedback entre equipes e profissionais. Foi ainda, observado incerteza sobre o que representa o trabalho aumento da rotatividade dos membros em áreas críticas aumento de horas extras e de trabalho; conflitos sobre autoridade e responsabilidade falta de base para tomadas de decisão. O mediano nível de comunicação e clareza referido por 83% dos funcionários significa que o grau de ordem, bom funcionamento, transparência de atitudes e clareza de definição de objetivos da instituição não era satisfatória. O nível de calor humano e apoio referido como baixo por quase metade do cliente interno refletia a carência de amizade e entendimento que existia na instituição. O alto nível de verticalidade sinalizava o excesso de hierarquia e pouca flexibilidade em determinados setores e esta variável contribuía para a resistência institucional à mudança e o comprometimento da qualidade assistencial. O nível de horizontal idade considerado excessivo por 35% representava o grau de informalidade da organização e conseqüentemente freqüentes boatos, intrigas de corredor e ressentimentos. Conclusão: O estudo demonstrou a importância da prévia utilização da pesquisa do Clima Organizacional, conhecendo o nível de satisfação ou insatisfação do cliente interno com o trabalho quando se pretender implantar a humanização da assistência nas instituições de saúde. Isto facilitou os processos e fatores críticos presentes na relação entre as gerencias e demais funcionários viabilizando o prévio acolhimento do cliente interno colaborando assim na implantação da assistência humanizada ao parto e nascimento.