Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Hesse, Roberta de Queiroz |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-13052022-144603/
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Resumo: |
A dissertação focaliza as teorias dos indígenas Kaingang, Guarani e Xetá sobre a mistura de pessoas enquanto operadores da alteridade na Terra Indigena São Jerônimo (TI SJ, Paraná, Brasil), antigo aldeamento indígena, hoje compartilhado por diferentes povos indígenas. Através de uma abordagem que contrapõe as teorias indígenas às políticas públicas, revisita-se os conceitos de aculturação mobilizados nas dinâmicas voltadas para povos indígenas no Brasil meridional. Por meio da análise bibliográfica, identifica-se duas acepções do conceito de aculturação da antropologia: uma etapista de viés assimilacionista, amplamente conhecida pela literatura antropológica brasileira e vinculada às políticas públicas; a outra, menos conhecida, expressa um entendimento êmico do conceito, mobilizado por etnólogos alemães americanistas na virada do século XIX para o XX ao descrever relações entre diferentes povos indígenas, como sugeriu Peter Gow (2015). A pesquisa etnográfica, por sua vez, realizada junto aos moradores de São Jerônimo, enuncia a teoria indígena da mistura e os lados, que expressam as dinâmicas da divisão política interna da TI. Acompanha-se a concepção e prática dos protocolos de reclassificação da exogamia operacionalizados pelos Kaingang, que passou a incluir os Guarani e Xetá como potenciais iambré (genros). A mistura emerge como uma solução criativa processada pelos indígenas de SJ, de modo a explicar as composições de humanidades plenamente indígenas de pessoas oriundas de uniões kaingang-guarani, guarani-xetá e kaingang-xetá, e destes com não-indígenas. A teoria indígena da mistura se opõe, por outro lado, à noção de mestiço, usada pelo órgão indigenista. Os moradores indígenas de São Jerônimo lançam mão do conceito de mestiço para questionar a integridade humana. Inspirada na \'teoria da ação melanesista\' (Cf: Marilyn Strathern, 2006) e na \'teoria da afinidade amazônica\' (Cf: Eduardo Viveiros de Castro, 2013) esta monografia busca revelar os \'feixes de relações\' que atualizam as políticas de alteridade em São Jerônimo |