Avaliação das sensibilidades oral e residual ao agrotóxico Vertimec® 18 EC em diferentes estações do ano nas espécies Melipona scutellaris e Tetragonisca angustula -1

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Costa, Joyce Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18139/tde-30032023-084843/
Resumo: A abelha da espécie Apis mellifera apresenta maior sensibilidade ao entrar em contato com agrotóxico no inverno, dada às mudanças fisiológicas que ocorrem na presença de baixas temperaturas. Evidências indicam que as abelhas nativas também apresentam a mesma variação de sensibilidade. Para corroborar estes estudos, bioensaios de exposição oral e residual por contato com folhas de feijão-preto foram realizados com o agrotóxico Vertimec® 18 EC, de ingrediente ativo, abamectina. Utilizado em lavouras de morango na cidade de Bom Repouso (MG), onde as espécies Melipona scutellaris e Tetragonisca angustula serão inseridas visando o aumento da produtividade desse cultivo. O primeiro bioensaio, de exposição oral, ocorreu para ambas às espécies, no verão e no inverno, oferecendo um alimento contaminado com agrotóxico em diferentes concentrações, as quais obtidas a partir de bioensaios preliminares. Buscou-se a concentração que causava 50% de letalidade na amostra, a CL50. Para a M. scutellaris, os valores foram 0,000018; 0,000180; 0,001800; 0,018000 e 0,180000 mg mL-1 e para a T. angustula, 0,000900; 0,001800; 0,003600; 0,005400; 0,007500; 0,010000 e 0,018000 mg mL-1. Como resultado, para o verão, a M. scutellaris e T. angustula obtiveram, respectivamente, 0,0080 μg i.a. mL-1 de dieta e 0,0014 μg i.a. mL-1 de dieta, enquanto no inverno, os valores foram, para a T. angustula, de 0,0064 μg i.a. mL-1. O bioensaio de tempo letal (ou TL50) calculou o tempo que 50% de amostra foi morta ao ser exposta oralmente a uma concentração de agrotóxico. Seguiu-se a mesma metodologia que o bioensaio descrito anteriormente, porém, diferindo em relação à concentração utilizada, apenas a dose máxima recomendada para o cultivo do morango, 0,0135 mg mL-1, e os tempos de leituras de exposição. No verão, para a M. scutellaris e T. angustula foram, respectivamente, 18,16 e 7,95h, enquanto para o inverno, a M. scutellaris apontou em um tempo superior a duração do teste, e a T. angustula, 12,99h. O tempo residual objetivou-se calcular o tempo que 25% da amostra da T. angustula foi afetada letalmente após contato com as folhas contaminadas do feijão-preto com a dose máxima recomendada para o cultivo de morango. No verão, o valor se encontrou em 8h, e no inverno, apenas em 72h. Os resultados indicaram que de modo geral, ambas as espécies nativas são menos oralmente suscetíveis ao Vertimec® 18 EC no inverno, porém, a exposição residual indica que essa sensibilidade é maior em baixas temperaturas, sendo a ação do agrotóxico intensificada causando maior perda da população. Com isso, a existência das abelhas nativas e a variação de temperatura nas estações do ano devem ser consideradas pelo fabricante para indicar doses do produto que minimizem os efeitos nos organismos não-alvos.