Avaliação das propriedades biomecânicas da córnea e da pressão intraocular biomecanicamente corrigida, sob diferentes níveis de pressão intraocular, em indivíduos sadios e portadores de glaucoma primário de ângulo aberto.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Macedo, Marcelo Pereira de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5149/tde-06082024-170639/
Resumo: Introdução: As propriedades biomecânicas da córnea influenciam a medição da pressão intraocular (PIO) pelo tonômetro de aplanação de Goldmann (TAG) (1). O Corvis ST (CST), da OCULUS (Optikgeräte GmbH, Wetzlar, Germany), é um tonômetro que, por meio de uma câmera Scheimpflug de alta velocidade, registra a deformação corneana para calcular a PIO biomecanicamente corrigida (bIOP) e diversos parâmetros biomecânicos (2). É crucial compreender se uma mesma córnea, em diferentes níveis de PIO, pode gerar distintos parâmetros biomecânicos, o que poderia comprometer o cálculo da bIOP. Objetivo: Avaliar as variações das pressões intraoculares (PIOs) e dos parâmetros biomecânicos da córnea, utilizando o dispositivo CST, em pacientes sadios e com glaucoma primário de ângulo aberto (GPAA), sob diferentes níveis de PIO induzidos pelo Teste de Sobrecarga Hídrica (TSH). O método de TAG foi empregado como referência para a comparação das PIOs analisadas. Métodos: Estudo longitudinal e prospectivo com 59 participantes, incluindo voluntários sadios e portadores de GPAA. O TSH foi empregado para induzir variações na PIO, medida pelo TAG e CST. Parâmetros biomecânicos da córnea, como comprimento de aplanação 1 e 2 (A1T e A2T), velocidade 1 e 2 (A1V e A2V), amplitude de deformação (DA), índice de tensão-deformação (SSI) e parâmetro de rigidez corneana na primeira aplanação (SP-A1), foram analisados. Resultados: A PIO aumentou significativamente após o TSH em todos os grupos. Entre os pacientes sadios e com GPAA (59 pacientes), o TAG mostrou um aumento de 18,51 ± 5,03 mmHg para 23,0 ± 6,77 mmHg (p<0,0001), a PIO não corrigida pelo CST (IOPnct) de 18,95 ± 4,47 mmHg para 23,52 ± 6,91 mmHg (p<0,0001), e a bIOP de 17,64 ± 4,07 mmHg para 21,90 ± 6,06 mmHg (p<0,0001). Nos pacientes sadios, houve um aumento da TAG de 14,10 ± 3,08 mmHg para 17,03 ± 3,97 mmHg(p<0,0001), da IOPnct de 14,84 ± 2,82 mmHg para 17,52 ± 4,15 mmHg (p<0,0001), e da bIOP de 14,13 ± 2,51 mmHg para 16,72 ± 3,75 mmHg (p<0,0001). Para os pacientes com GPAA, a TAG aumentou de 22,77 ± 1,83 mmHg para 28,77 ± 2,56 mmHg (p<0,0001), a IOPnct de 22,92 ± 2,04 mmHg para 29,31 ± 2,90 mmHg (p<0,0001), e a bIOP de 21,03 ± 1,69 mmHg para 26,92 ± 2,63 mmHg (p<0,0001). Observou-se concordância entre TAG, IOPnct e bIOP, pelo método de Bland-Altman. A maioria dos parâmetros biomecânicos apresentou alterações significativas durante o TSH, evidenciando a influência da PIO sobre a rigidez corneana. A análise de correlação de Pearson ressaltou uma relação positiva e estatisticamente significativa entre o aumento da PIO induzido pelo TSH e as medidas de rigidez corneana pelo CST, com valores de p<0,0001. Ao analisar os dados de forma agregada para todos os pacientes incluídos no estudo, as velocidades A1V diminuíram de 0,21 m/s ± 0,05 para 0,12 m/s ± 0,02, as velocidades A2V de -0,37 m/s ± 0,08 para -0,23 m/s ± 0,03, e a DA de 1,07 mm ± 0,12 para 0,98 mm ± 0,13. O SP-A1 aumentou de 106,5 ± 191,8 para 116,9 ± 220,6 (todos p<0,0001). Para os pacientes sadios, as mudanças nos parâmetros biomecânicos após o TSH foram similares, com A1V diminuindo de 0,22 m/s ± 0,05 no basal para 0,13 m/s ± 0,02 no pico, A2V de -0,37 m/s ± 0,08 para -0,24 m/s ± 0,04, e DA de 1,07 mm ± 0,12 para 0,99 mm ± 0,13. O SP-A1 aumentou de 106,49 ± 191,8 para 116,89 ± 220,6 (todos p<0,0001). No grupo de pacientes com GPAA, A1V reduziu de 0,11 m/s ± 0,01 para 0,09 m/s ± 0,01, A2V de -0,21 m/s ± 0,04 para -0,15 m/s ± 0,03, e DA de 0,88 mm ± 0,07 para 0,74 mm ± 0,08. O SP-A1 aumentou de 129,7 ± 217,5 para 139,8 ± 225,8 (todos p<0,0001). O índice SP-A1 do CST destacou-se na avaliação da rigidez corneana em relação à PIO elevada. Conclusão: O CST apresentou resultados consistentes com aqueles obtidos pela TAG em diferentes níveis de PIO. Além disso, foi estabelecida uma correlação significativa entre as PIOs induzidas pelo TSH e a rigidez corneana, com variações nos parâmetros A1V, A2V, DA e SP-A1,especialmente em condições de PIO elevada