O acolhimento na assistência especializada no estado do Acre: micropolítica e produção do cuidado em saúde

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Cruz, Jene Greyce Oliveira da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6135/tde-27062017-110416/
Resumo: Introdução:A implantação e implementação da diretriz do acolhimento nos serviços de assistência especializada representam desafios à Política Nacional de Humanização (PNH) do SUS pela complexidade de gerenciamento e de estrutura, diversidade de atores sociais e pelas relações que se estabelecem entre os trabalhadores-gestores-usuários, e destes, com o sistema de saúde pública. Objetivos:Identificar aspectos relacionados ao trabalho e à produção do cuidado em saúde que interferem no acolhimento e na humanização da assistência especializada; Interpretar a relação entre as diferentes práticas profissionais envolvidas no trabalho e na produção do cuidado especializado com as possibilidades elimites da implementação da PNH; Compreender a percepção dos trabalhadores usuários sobre a humanização em saúde e o acolhimento como diretriz da PNH. Percurso Metodológico: Estudo de natureza qualitativa, realizado no ambulatório de especialidades médicas do Hospital das Clínicas do Acre (HCAC), entre setembro de 2015 e janeiro de 2016. Foram realizados quatro grupos focais (usuário, trabalhadores de apoio, médicos e outros profissionais de saúde) e três entrevistas semiestruturadas (gerência do serviço e ouvidora). Com base na diretriz do acolhimento, na PNH e a na micropolítica, a análise temática do conteúdo das mensagens permitiu formar quatro categorias temáticas. Resultados:A Atenção Primária em Saúde(APS), o complexo regulador e o atendimento médico na APS,representam pontos sensíveis na Rede de Atenção em Saúde (RAS)que dificultam a resolubilidade, e contribuem para a grande demanda da assistência especializada interferindo no acolhimento e na humanização dos serviços. Na assistência especializada, o modeloburocrático de gestãoe os fatores relacionados à ambiência dificultam a implementação do acolhimento. A micropolítica pode interferir tanto positivamente quanto negativamente para a produção do cuidado humanizado no serviço especializado. A humanização e acolhimento para os usuáriosrefletem o respeito, a educação e o bom atendimento realizado pelo trabalhador; para os trabalhadores a humanização e acolhimento representam a escuta de suas necessidades, informação adequada ao usuário, vínculo e resolubilidade. O apoio institucional e a ouvidoria no HCAC representaram avanços na implementação da PNH e da diretriz do acolhimento. Considerações finais: A diretriz do acolhimento mostrou-secomo estratégia de humanização possível de ser implementadano serviço especializado apesar de todos os problemas e desafios relacionados ao ambulatório no HCACe à RAS. Neste sentido, a gestão deve considerar a introdução de dispositivos tecnológicos de acolhimento e espaços coletivos de escuta do trabalhador.