Influência de lagos artificiais no clima local e no clima urbano: estudo de caso em Presidente Epitácio (SP)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Souza, Marcos Barros de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8135/tde-08112010-162614/
Resumo: Nas últimas décadas tem sido temática de estudos as alterações realizadas no meio ambiente urbano e as variabilidades climáticas que ocorrem a partir das intervenções, principalmente no que se refere à formação de lagos artificiais para construção de usinas hidrelétricas. As transformações antrópicas de um determinado espaço físico podem ocasionar variações nos atributos climáticos, como a umidade relativa do ar e a temperatura do ar, dentre outros. O objetivo geral desta pesquisa foi verificar as possíveis alterações no clima local e do clima urbano da cidade de Presidente Epitácio, localizada no extremo oeste do Estado de São Paulo, devido à formação do lago artificial para a construção da Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta (Porto Primavera), utilizando registros da temperatura do ar e da umidade relativa do ar em um transecto da margem do lago passando pela área urbana até o ambiente rural circunvizinho, analisando as variáveis temporal, espacial e horária em diferentes períodos do ano (primavera, verão, outono e inverno), bem como a análise dos desvios da temperatura do ar e da umidade relativa do ar, entre os postos localizados próximos ao lago, na área intra-urbana e na área rural. A área de estudo constitui o município de Presidente Epitácio (SP) e o lago artificial foi formado pelo represamento das áreas do rio Paraná, na divisa entre os Estados de São Paulo e de Mato Grosso do Sul. A região possui clima tropical com verão úmido e inverno seco, registrando temperaturas máximas de 40°C e mínimas de 10°C, tendo os meses chuvosos de novembro a março com pluviosidade média anual de 1.200mm a 1.400mm e umidade relativa do ar de cerca de 80%. Para a coleta de dados realizada entre setembro de 2008 e setembro de 2009, sendo trinta dias em cada estação (primavera, verão, outono e inverno), foram utilizados sensores digitais de temperatura do ar e de umidade relativa do ar da marca StowAway, instalados em sete postos. Na variação da temperatura do ar entre os postos da área intra-urbana, da área de influência do lago e da área rural foi possível verificar que nos horários de maior produção de energia, ou seja, durante o período diurno as diferenças das amplitudes diminuem e no período noturno aumentam, devido ao volume de energia produzida no período diurno e dissipação desta energia no período noturno. Na variação da umidade relativa do ar entre os postos da área intra-urbana, da área de influência do lago e da área rural verificou-se que as amplitudes são maiores durante o período noturno, sendo menores durante o período diurno, ou seja, as amplitudes higrométricas são menores na área de influência do lago e na área rural do que na área intra-urbana. Conclui-se que, apesar de não haver valores significativos entre os postos, a presença do lago não contribui para o aumento da temperatura do ar e da umidade relativa do ar, porém funciona como um maior equilíbrio térmico e higrométrico.