Susceptibilidade diferencial de Euschistus heros (Hemiptera: Pentatomidae) a espécies de Metarhizium: influência do feromônio de alarme no processo infectivo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Silva, Aline Nunes da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11146/tde-01112023-130856/
Resumo: A falta de ferramentas sustentáveis para o controle de insetos-praga torna o controle microbiano uma alternativa promissora. Entretanto, alguns insetos desafiam essa abordagem por apresentar baixa susceptibilidade. Para os pentatomídeos essa tem sido associada à emissão de compostos voláteis que prejudicam o desenvolvimento fúngico. Buscando desenvolver um biopesticida para controle de Euschistus heros (Hemiptera: Pentatomidae), a virulência de cinco espécies do gênero Metarhizium foi avaliada e a interação complexa entre fungos entomopatogênicos e pentatomídeos foi explorada para elucidar aspectos relacionados a efetividade das infecções fúngicas. Para o primeiro capítulo destaca-se: (i) Os parâmetros de susceptibilidade de adultos (&#8776;100%) e rendimento da fermentação sólida de conídios (>1,5x109 conídios/g) resultaram na seleção dos isolados ESALQ 3364 e ESALQ 4395; (ii) Na avaliação da mortalidade de ninfas (<70%) foi observada a ausência do padrão idade-dependência; (iii) A partir da realização de bioensaios in vitro e análises de microscopia óptica foi determinado pela primeira vez o efeito ovicida de M. pingshaense para a espécie E. heros; (iv) Na concentração letal mediana para adultos (CL50) ambos os isolados apresentaram o mesmo valor (5,1x105 conídios/mL); (v) Foram desenvolvidas dois tipos de formulação, sendo que as em pó (pó-molhável) tiveram melhor estabilidade que as oleosas (óleo dispersível). Em seguida, no capítulo dois: (i) A partir de análises de microscopia eletrônica de varredura constatou-se que a adesão e germinação de conídios não são afetadas pela emissão dos compostos voláteis pela glândula metatorácica (MTG), bem como os isolados de M. pingshaense apresentaram tubos germinativos maiores em relação ao isolado controle (ESALQ E9); (ii) Por técnicas CG-EM e CG-DIC determinou-se que a emissão de voláteis não foi influenciada por diferentes espécies fúngicas, e os compostos majoritários foram: (E)-2-hexenal, (E)-2-octenal, 4-oxo-(E)-hexenal e tridecano; (iii) De forma semelhante, o padrão quantitativo de hidrocarbonetos cuticulares não diferiu entre insetos infectados com diferentes espécies de Metarhizium e estes majoritariamente foram classificados como n-alcanos; (iv) Na avaliação in vitro do efeito de diferentes concentrações dos compostos sintéticos do feromônio de alarme, a concentração que mimetiza a emissão natural (10&#181;g/mL) não afetou a germinação e o crescimento fúngico, com destaque para o tratamento de mistura de compostos (blend) que estimulou a germinação do isolado ESALQ 4395. Esses resultados contradizem o já documentado efeito deletério dos compostos voláteis emitidos por E. heros sob o desenvolvimento fúngico, uma vez que M. pingshaense foi estimulado pela ação sinérgica do blend em concentrações próximas a emissão natural. A identificação desse padrão pode contribuir para o entendimento dos mecanismos envolvidos na relação inseto-patógeno, auxiliando no desenvolvimento de estratégias mais eficazes de controle biológico.