Entre a pedra e o vento: uma análise dos contos de Aníbal Machado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Coelho, Marcia Azevedo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8149/tde-30042010-111317/
Resumo: A pesquisa que aqui se apresenta tem como objetivo a análise dos contos mais representativos da obra A Morte da Porta Estandarte, Tati, a Garota e Outras Histórias de Aníbal Monteiro Machado, escritor mineiro, natural de Sabará, e figura singular na literatura brasileira. Embora tenha publicado pouco, Aníbal Machado fora um agitador cultural relevante nas décadas de 20 a 50. Talvez por isso, muito se tenha dito sobre a pessoa e atuação do escritor e muito pouco sobre sua obra. Entre as décadas de 40 e 50, está concentrado o maior número de publicações do escritor, não por acaso, já que esse período, em virtude, principalmente da crescente urbanização no sudeste brasileiro, foi emblemático em se tratando do movimento político-social contraditório; núcleo dos temas tratados pelo contista. A intensa migração populacional para zonas urbanas, e a sobrevida daquela população vítima da modernização conservadora no Brasil, está presente com matizes diferenciados em todos os contos da obra, que se vale de uma galeria de personagens antitéticas, a fim de evidenciar as contradições da estrutura que se forjara em conseqüência de uma insurgente democracia formal. Os contrastes e contradições do Brasil, frente ao projeto ideológico de parte da intelectualidade brasileira - que tomara consciência das massas como parte constitutiva do país ao mesmo tempo em que as considerava incapazes de se desvencilhar da tutela da elite política e intelectual- são desenvolvidos esteticamente nos contos de Aníbal Machado de maneira a tensionar, em ambigüidade fundamental, a forma classicizante da escrita com a abordagem pouco convencional - e de clara influência vanguardista- com que desenvolve os temas. Esta tese aprofunda e amplia a antítese formulada por Cavalcanti Proença que, ao comentar os contos de A Morte da Porta-Estandarte, Tati e outras Histórias, afirmou ver neles a imagem dos balões cativos que vai ao espaço criativo e onírico, sem desfixar do solo as amarras de um espírito crítico e atento. Neste trabalho, pôde-se perceber que a antítese é na verdade evidência do engajamento da forma, na medida em que apresenta por meio do embate uma espécie de impasse histórico de nossa sociedade.