OCUPA-SE: transitoriedade e resistência no centro de São Paulo 

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Almeida, Camila Campos de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16139/tde-03052021-104404/
Resumo: Este trabalho analisou a transitoriedade e a permanência no Centro de São Paulo em um contexto de \"revitalização\" urbana, a partir da análise de trajetórias de vida. O percurso narrativo foi construído no decorrer de três capítulos: intervenções, transitoriedade permanente e resistência. No primeiro, foi verificado como os planos e projetos que vêm sendo propostos para esta região desde a década de 1990 incidem atualmente sobre os territórios populares. É possível perceber uma transição no paradigma da \"revitalização\" por meio desses projetos: se antes a ideia era transformar a região pela cultura, atualmente, o objetivo é viabilizar a concessão de áreas urbanas para a iniciativa privada. Esse processo, que vem se complexificando desde o Projeto Nova Luz, tem provocado demolições, despossessão e deslocamentos no Centro. O segundo capítulo evidencia a transitoriedade permanente provocada por essas intervenções, e tem o objetivo entender que fatores contribuem para que essas famílias estejam em constante deslocamento. Na pesquisa, foi possível verificar que a gestão do território é central neste processo, e o Estado é identificado com o principal agente da desterritorialização, a partir do uso de mecanismos como remoções, violência policial, desassistência e cadastros, que contribuem para enfraquecer as relações e circuitos da vida nesses territórios. No último capítulo, portanto, o objetivo principal foi entender como muitas dessas famílias encontram alternativas para continuar vivendo no Centro. A pesquisa permitiu verificar que este é um processo de resistência apoiado em alianças para moradia, disputa institucional, sobrevivência e cooperação mútua, que permitem agenciar a permanência.