Fatores cognitivos na função sexual: adaptação transcultural e estudo psicométrico de instrumentos de medida em sexualidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Lucena, Bárbara Braga de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5142/tde-04062019-154046/
Resumo: INTRODUÇÃO: As disfunções sexuais (DS) são um grupo heterogêneo de transtornos que têm em comum um prejuízo clinicamente significativo na capacidade do indivíduo responder sexualmente ou experimentar o prazer sexual, causando sofrimento psíquico. Porque há crescente evidência de que as DS são bastante frequentes e que estão relacionadas a cognições disfuncionais acerca da sexualidade (pensamentos e crenças sexuais), torna-se essencial a identificação destas cognições, a fim de contribuir com o tratamento de indivíduos que têm dificuldades sexuais. OBJETIVO: Desenvolver versões com evidências de validade e confiabilidade dos instrumentos: Questionário de Crenças Sexuais Disfuncionais (QCSD), Escala de Pensamentos Automáticos (EPA) e Sexual Self-Schema Scale (SSSS) para uso da população brasileira. MÉTODOS: Após a etapa de adaptação transcultural, os questionários em processo de validação foram disponibilizados em uma plataforma online, juntamente com Questionário de dados Sociodemográficos Clínico e Sexual, Quociente Sexual Feminino (QS-F) e Quociente Sexual Masculino (QSM). Foram convidados a participar do estudo homens e mulheres maiores de 18 anos, com vida sexual ativa. A análise exploratória dos dados foi realizada por Análise de Componentes Principais (PCA). O Teste de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) e o Teste de Bartlett foram conduzidos para assegurar as condições mínimas de fatoração. Como medida de validade convergente, foram testadas as correlações entre os escores obtidos no QCSD, EPA e SSSS com os escores do QS-M e QS-F. Como medidas de confiabilidade, o alpha Cronbach (A) foi utilizado para a análise de consistência interna dos instrumentos como um todo, bem como seus domínios, e o reteste foi realizado em parte da amostra após um intervalo de quatro semanas. RESULTADOS: Um total de 590 mulheres (M = 34,6, DP = 8,8) e 411 homens (M= 35,2, DP = 9,8) respondeu a todos os questionários. As análises psicométricas revelaram que, para a amostra brasileira, a versão feminina do QCSD é composta por 5 fatores, tendo A = 0,86. A versão masculina, 3 fatores, sendo A = 0,94. A versão feminina da EPA apresenta 6 fatores, tendo A = 0,92. A versão masculina, 5 fatores, com A = 0,90. O SSSS é composto por 3 fatores com A = 0,8. Os instrumentos tiveram correlação negativa com o QS-M e QS-F, evidenciando que quanto mais cognições disfuncionais, pior a função sexual. O teste reteste mostrou que todos os questionários apresentam boa estabilidade ao longo do tempo. CONCLUSÕES: As versões brasileiras dos questionários QCSD, EPA e SSSS apresentam evidências de validade e de confiabilidade e são recomendadas tanto no contexto clínico, quanto acadêmico/científico para identificação de crenças, pensamentos e autoesquema sexual que estão relacionados às disfunções sexuais