Segregação socioespacial em cidades médias gaúchas: Caxias do Sul, Passo Fundo, Pelotas e Santa Maria

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Ferretto, Diego
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16139/tde-19122018-172558/
Resumo: O objetivo desta pesquisa consiste em investigar os padrões espaciais e as repercussões dos processos de segregação nas estruturas intraurbanas das principais cidades médias gaúchas: Caxias do Sul, Passo Fundo, Pelotas e Santa Maria. A segregação é definida como a separação ou afastamento físico de um grupo social relativamente homogêneo em relação aos demais e compreendida como um dos fundamentos da produção do espaço urbano, representando um processo que, simultaneamente, reflete e condiciona as relações sociais, se realizando, portanto, na esfera da dialética socioespacial. Três núcleos analíticos estruturam a tese: o reconhecimento dos respectivos perfis demográficos, socioeconômicos e funcionais das cidades estudadas (capítulo II); a compreensão de suas estruturas socioespaciais intraurbanas, a partir de técnicas estatísticas de análises multivariadas que permitem a identificação e espacialização de grupos sociais e a definição dos atuais padrões de segregação socioespacial (capítulo III); a abordagem da segregação socioespacial em sua dimensão histórica e processual, de forma articulada aos respectivos processos de estruturação intraurbana. Os resultados da pesquisa apontam para a existência de três padrões socioespaciais distintos ao longo do tempo: até o final do século XIX, identificam-se diferenciações socioespaciais que não se configuram segregações de fato, pois a proximidade entre as classes sociais é uma realidade em meio a ocupações compactas; do final do século XIX até a década de 1980 constitui-se e consolida-se o padrão de segregação centro-periferia, caracterizado pela expansão horizontal das cidades, sendo o centro lugar valorizado pelas elites, objeto de concentração de investimentos públicos e privados; a partir de 1990, evidenciam-se processos de reestruturação urbana com novos padrões de autossegregação dos mais ricos em condomínios fechados periféricos, assim como o surgimento de grandes equipamentos periféricos como os shopping centers, denotando a emergência de processos de fragmentação socioespacial, ainda incipientes, porém mais complexos que os processos de segregação, pois extrapolam o uso residencial. Historicamente, as cidades de Pelotas e Santa Maria exibem padrões de ocupações mais dispersos em relação à Caxias do Sul e Passo Fundo, assim como processos de segregação mais complexos, demonstrando desde a década de 1980 uma sobreposição ao padrão de segregação centro-periferia, a partir da formação de setores periféricos de grande concentração de camadas de média e alta renda; no caso de Pelotas associados às amenidades naturais, e no caso de Santa Maria motivados por investimentos públicos em grandes equipamentos urbanos. Se comparados às realidades metropolitanas, os processos de segregação socioespacial nas cidades médias estudadas revelam a mesma natureza socioeconômica, assim como padrões espaciais semelhantes, no entanto, apresentam omplexidades, escalas e temporalidades diversas, o que define diferentes níveis de determinação sobre o espaço intraurbano.