Diálogos da arquitetura no Cairo entre os séculos X e XIII: a sinagoga de Ben Ezrá e o contexto da cidade islâmica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Rocco, Lygia Ferreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8158/tde-08102014-182152/
Resumo: Nos estudos sobre as cidades islâmicas, poucos são os que tratam dos edifícios que pertencem a outros grupos confessionais que não o dos muçulmanos, no sentido de analisá-los como agentes na evolução da configuração urbana das cidades que estiveram sob governo islâmico. Os estudos existentes sobre esses edifícios seguem sempre uma orientação em analisá-los dentro de seus próprios elementos, ou seja, um edifício cristão ou judaico dentro do seu próprio contexto que é o de servir a sua própria comunidade confessional. A tese mostra que a sinagoga é um elemento que também constrói e participa da dinâmica da cidade, e seu estudo auxilia tanto na compreensão da urbe árabe-islâmica, como também no entendimento da dinâmica da sociedade entre os séculos X-XIII. Ao analisar a Sinagoga de Ben Ezrá localizada no Cairo portanto no contexto da cidade islâmica e não apenas sob seus aspectos estéticos ou estilísticos, busca entender como o edifício dialoga com a cidade no sentido da construção de suas territorialidades. E também, no sentido inverso: como a cidade e um tipo de linguagem islâmica dialogam com o edifício judaico. A grande extensão geográfica conquistada pelo Islã produziu uma multiplicidade de formas e empréstimos e, ao mesmo tempo, devido à facilidade de ir e vir das pessoas e as novas conquistas, forjou-se uma certa unificação na linguagem. As trocas e as assimilações não só foram e são inevitáveis, como fazem parte das relações e convívio entre os grupos em qualquer momento. A Sinagoga de Ben Ezrá foi desde a sua fundação, um elemento organizador do espaço urbano ao seu redor, organizador da distribuição dos habitantes ligados à comunidade judaica, não apenas da comunidade rabínica da palestina mas das outras comunidades judaicas babilônica e caraíta, entre os séculos X ao XIII. E desempenhou um papel de articulador de multiterritorialidades. Esta análise vem ampliar o conhecimento acerca desse edifício, e principalmente, das relações entre as comunidades judaica, islâmica e cristã entre a conquista fatímida do Egito (969 E.C.) e o fim da dinastia aiúbida (1254 E.C.)