Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Matsuba, Claudia Satiko Takemura |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/83/83131/tde-04032020-131503/
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Resumo: |
Introdução: A terapia nutricional é considerada de alta complexidade, cuja utilização ocorreu de forma crescente graças às boas práticas assistenciais e ao aprimoramento tecnológico. Apesar dos avanços, a efetividade da terapia poderá ser comprometida pela presença de eventos adversos. Objetivo: Verificar a percepção dos profissionais das Equipes Multiprofissionais de Terapia Nutricional sobre os eventos adversos nesta área e seu manejo a nível nacional. Método: Pesquisa prospectiva de abordagem mista, realizada de setembro de 2017 a janeiro de 2018, em duas fases: a primeira, quantitativa, por amostra de conveniência com a caracterização da população e manejo do evento adverso, utilizando a escala Likert; e a segunda, qualitativa, com os cinquenta primeiros respondentes para apreender a percepção e o manejo dos eventos adversos. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevista com profissionais que atuam em Equipes Multiprofissionais de Terapia Nutricional e atenderam aos critérios de inclusão. Para análise, na fase I, foi realizado o cálculo de comparação entre a concordância de cada item e utilizado o teste não paramétrico de Mann-Whitney e, para comparação entre categorias profissionais, o teste Kruskal-Wallis, além do teste de hipótese com nível de significância de 5%. Na fase II, os discursos foram analisados segundo Bardin, tendo como referenciais a Teoria do Erro Humano e a Teoria da Vulnerabilidade e, ainda, utilizou-se o software Análise Lexical por Contexto de um Conjunto de Segmentos de Texto - ALCESTE. Resultados: Participaram 120 profissionais, 57,5% pertenciam à região Sudeste, 80,8% do sexo feminino, 33,3% enfermeiros, 29,2% nutricionistas, 22,5% médicos, 10,8% farmacêuticos, 2,5% fonoaudiólogos e 1,7% fisioterapeutas. A idade variou de 25 a 67 anos (média de 41 anos), o tempo de formação profissional de dezessete anos (± 10), a média geral de atuação de 11,4 anos (± 8,61) e o tempo de atuação nas equipes de 6,4 anos (± 7,42). Quanto à formação em terapia nutricional, 33,3% possuíam título de especialista e 68,3% tinham curso de pós-graduação relacionada. Os hospitais em que atuavam eram privados filantrópicos em 55,8%, o número médio de leitos era de 320,3, a acreditação estava presente em 58,3% e as equipes eram próprias em 95,8%. Na nutrição enteral, a apresentação era de 61,7% para o sistema fechado, 67,5% a pronta para uso e a administração era contínua em 64,2%. Na nutrição parenteral, 45,8% utilizavam a formulação mista (individualizada e industrializada), 87,5% tinham o preparo terceirizado e para 90,8% a administração era de forma contínua. O uso de bombas de infusão para dieta enteral foi de 97,5% e na nutrição parenteral de 99,2%. Pela análise dos discursos, utilizando-se a Teoria da Vulnerabilidade, pudemos aprender, na dimensão Individual, as categorias centrais voltadas ao paciente, acesso (vias de administração), prescrição e principalmente administração das soluções. Já na dimensão Programática, foram encontrados os protocolos de administração da terapia nutricional e os programas de treinamento. Na dimensão Social, as normas institucionais e diretrizes, não focando as Portarias Ministeriais, cujo conteúdo facilita a atuação dos profissionais. Conclusão: Este estudo possibilitou reconhecer que não há diferenças na realidade das equipes multiprofissionais no Brasil, assim como no perfil dos profissionais e a ocorrência dos eventos adversos. A Teoria da Vulnerabilidade apontou o predomínio da dimensão Individual, em que as falhas recorreram sobre os indivíduos, principalmente, para a equipe de Enfermagem, e as fragilidades das dimensões Programática e Social mostram também a necessidade de ampliar e fortalecer programas de treinamento e estabelecer protocolos que auxiliem na atuação dos profissionais da Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional e prevenir os eventos adversos. |