O desenvolvimento de repertórios verbais na educação infantil: desafios e possibilidades de intervenção com o desenho universal para a aprendizagem

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Bettio, Claudia Daiane Batista
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59134/tde-30052023-144316/
Resumo: O desenvolvimento de repertórios verbais depende de um complexo conjunto de variáveis. Por isso, esse processo não se dá das mesmas formas e na mesma velocidade para todas as crianças. Essas diferenças demandam que a Educação Infantil seja um contexto propício para que os alunos, com suas diferentes características, desenvolvam repertórios verbais. Mas, isso depende do arranjo de contingências de ensino adequadas a todos os alunos pelas professoras, o que tem sido um desafio. Portanto, esta tese teve como objetivo caracterizar o desenvolvimento de repertórios verbais de crianças pré-escolares e avaliar dois formatos de intervenção com professoras de educação infantil, auxiliando-as a desenvolver estratégias inclusivas para o desenvolvimento de repertórios verbais de crianças que compõem classes heterogêneas, com base nos princípios do Desenho Universal para a Aprendizagem (DUA), e verificar os efeitos dessa intervenção sobre os comportamentos das professoras em ambiente natural de ensino. Foram conduzidos três estudos: no primeiro, realizou-se uma caracterização do desenvolvimento de repertórios verbais de 173 crianças (29-68 meses), relacionando diferentes medidas; o segundo avaliou os efeitos de um acompanhamento individualizado com quatro professoras de Educação Infantil; e o terceiro avaliou uma intervenção em grupo e online com 17 professoras. Ambas as intervenções foram analisadas com base em dados observacionais sobre o uso de estratégias embasadas no DUA pelas professoras, e o Estudo 3 também avaliou os planejamentos de aula. O Estudo 1 indicou que a maioria das crianças teve desempenhos esperados para suas faixas etárias, mas houve grande variabilidade, mesmo entre aquelas com desempenhos \"dentro da faixa da normalidade\" de acordo com o teste padronizado; e esclareceu relações de testes padronizados com medidas não padronizadas sobre linguagem, características das crianças e de seus cuidadores. O Estudo 2 identificou que a intervenção, composta por um workshop e três meses de consultoria colaborativa, teve um efeito bastante discreto sobre a frequência com que as participantes utilizavam estratégias coerentes com o DUA para ensinar repertórios verbais. No Estudo 3, a intervenção se deu por meio de um curso, seguido de seis encontros síncronos online e em grupo. Essa formação continuada teve poucos efeitos para a elaboração de planos de ensino, mas permitiu que as professoras do grupo experimental conduzissem aulas mais coerentes com seus planejamentos. São discutidas as possibilidades e dificuldades de formações continuadas com professoras e a importância de adotar medidas observacionais, que garantam resultados mais fidedignos sobre os impactos das intervenções. Destaca-se a importância de que professores de Educação Infantil arranjem contingências de ensino propícias para o desenvolvimento de repertórios verbais de seus alunos e as lacunas existentes na formação inicial e continuada desses profissionais, que vão à contramão desse propósito.