Uma noite no Sumaré: o choro negro e paulistano de Esmeraldino Salles

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Castro, Felipe Siles de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27157/tde-07042022-114022/
Resumo: Esmeraldino Salles, músico, compositor, multi-instrumentista de cordas, negro e paulistano, nascido em 1916. Já foi gravado por diversos músicos importantes, como Canhoto, Laércio de Freitas, Dominguinhos e Yamandu Costa. Foi homenageado e celebrado por meio dos álbuns Ao nosso amigo Esmê (1980), Tributo a Esmeraldino Salles (2002) e Esmê (2017), e por diversas composições de músicos relevantes como Izaías Bueno de Almeida, Maurício Carrilho e André Mehmari. Esmeraldino é um compositor com assinatura bastante pessoal, que traz outras linguagens para dentro do choro, alargando possibilidades musicais no gênero e influenciando toda uma geração de músicos, entusiastas da sua obra e de seu estilo composicional. Porém, atualmente, a importância de Esmeraldino para a comunidade no choro não condiz com aquilo que até o momento foi pesquisado sobre sua trajetória. O presente trabalho dá início à investigação sobre a trajetória de Esmeraldino, levantando a sua vida de músico profissional, com foco principal em sua atuação no regional da Rádio Tupi desde 1942, sob a liderança de Antônio Rago, Siles, até ele próprio liderar o conjunto, a partir de 1958. Além do rádio, veremos também um pouco de sua atuação como músico na televisão, casas noturnas e gravações de discos, encerrando com sua participação no II Festival de Choro da Bandeirantes (1978), concorrendo com sua composição Arabiando. Com problemas de saúde decorrentes de diabetes e acometido por uma paralisia facial, Esmeraldino vem a falecer no ano seguinte, 1979. Em um segundo momento, analisaremos as suas três composições mais conhecidas: Arabiando, Perigoso e Uma noite no Sumaré, procurando compreender as características do estilo composicional de Esmeraldino e analisar em que suas músicas diferem dos choros mais convencionais. E, por último, vamos discutir a obra de Esmeraldino pela ótica de seus marcadores sociais. Compreender o diálogo que proporcionou entre dois gêneros de matrizes africanas, o jazz e o choro, pela perspectiva da diáspora africana, além de procurar entender o contexto sociorracial em que estava inserido. Além disso, vamos procurar entender as características específicas da indústria cultural paulista e seu impacto sobre a produção de Esmeraldino, e, finalmente, discutir o lugar de sua obra na memória da cidade de São Paulo.